Estudantes universitários de ascendência palestina foram baleados a caminho de jantar em famíliaAFP
Polícia americana prende suspeito de disparar contra estudantes palestinos
Autoridades americanas consideram ser 'um crime motivado pelo ódio'
Um homem foi preso em conexão a um ataque a tiros contra três estudantes universitários de ascendência palestina no estado de Vermont, informou a Polícia nesta segunda-feira (27), no que as autoridades americanas consideram ser "um crime motivado pelo ódio".
O chefe de polícia da cidade de Burlington, Jon Murad, afirmou que o suspeito se chama Jason Eaton, tem 48 anos e foi preso no domingo (26). Ele é esperado em um tribunal ainda nesta segunda-feira.
As evidências coletadas durante uma busca no apartamento de Eaton, bem como dados adicionais reunidos "deram aos investigadores e promotores motivos prováveis para acreditar que o Sr. Eaton executou o tiroteio", disse Murad em um comunicado.
Porta-vozes da polícia haviam declarado anteriormente que o autor era "um homem branco que portava uma pistola", que agiu sem dizer uma palavra e "disparou pelo menos quatro balas".
O incidente ocorreu em meio a altas tensões e episódios de violência registrados em campo de universidades e em outras partes dos Estados Unidos, simultaneamente ao conflito entre Israel e o grupo islamista palestino Hamas.
Um comunicado policial indicou que duas das vítimas estão em condição estável e a terceira sofreu "ferimentos muito mais graves". Dois são cidadãos dos Estados Unidos e outro tem residência legal no país.
Embora ainda não tenham chegado a uma conclusão sobre a motivação do atirador, foi confirmado que dois dos jovens usavam "keffiyehs", o tradicional lenço de cabeça palestino preto e branco.
"Neste momento tão tenso, ninguém pode ver este incidente e não suspeitar que pode ter sido um crime motivado pelo ódio", afirmou Murad em nota.
As três vítimas eram formadas na Ramallah Friends School, uma escola privada Quaker no território palestino da Cisjordânia, e agora frequentam diferentes universidades no nordeste dos Estados Unidos, de acordo com um comunicado de um porta-voz das famílias das vítimas.
"Como pais estamos devastados com a horrível notícia de que nossos filhos foram atacados e baleados... Fazemos um apelo às autoridades para que realizem um investigação exaustiva. Não ficaremos confortáveis até que o agressor seja levado à Justiça", sustentou a nota.
O Comitê Árabe americano contra a Discriminação se pronunciou sobre o caso afirmando ter "razões para acreditar que este tiroteio ocorreu porque as vítimas são árabes". Além disso, pediu às autoridades de Vermont que investiguem o ocorrido como um "crime de ódio".
O presidente americano, Joe Biden, foi informado sobre o incidente no domingo, segundo a Casa Branca.
Bernie Sanders, senador de Vermont e ex-candidato presidencial do Partido Democrata classificou o ataque como "impactante e profundamente decepcionante", acrescentando que "o ódio não tem lugar" nos Estados Unidos "nem em qualquer lugar do mundo".
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