Soldados de Burkina Faso durante patrulha em agosto de 2022AFP

Ao menos 40 civis morreram no último fim de semana em um ataque perpetrado por um grupo extremista no norte de Burkina Faso, informou o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, nesta terça-feira, 28.

Desde 2015, este país africano tem sofrido uma onda de ataques violentos por parte de grupos extremistas alinhados com organizações como o Estado Islâmico e a Al-Qaeda, que também operam em Estados vizinhos, como Mali e o Níger.

"Um grande número de combatentes da Frente de Apoio ao Islã e aos Muçulmanos (JNIM) atacou uma base militar, casas e acampamentos de deslocados internos na cidade de Djibo, na região do Sahel, matando 40 civis e ferindo mais 42", informou a agência da ONU. Os ataques deliberados contra civis constituem um "crime de guerra", acrescentou a agência.

Fontes de segurança de Burkina Faso disseram anteriormente à AFP que combatentes extremistas lançaram um ataque massivo a um posto do Exército em Djibo no domingo e que soldados mataram dezenas de milicianos.

O Exército informou que alguns militares morreram, mas não especificou o número e não informou vítimas civis.

Djibo está perto da tríplice fronteira entre o Níger, Burkina Faso e o Mali, e está sob cerco há meses por grupos extremistas com presença nesta região. 
Vários comboios que tentavam abastecer a cidade foram atacados. Burkina Faso é governada por militares depois de sofrer dois golpes de Estado em 2022.

O chefe da atual junta do governo, capitão Ibrahim Traoré, que chegou ao poder no segundo golpe militar em menos de oito meses, em setembro de 2022, afirmou que a sua prioridade é a luta contra os extremistas, que controlam cerca de 40% do território.

Desde 2015, a violência de grupos extremistas deixou 17 mil mortos em Burkina Faso, dos quais 6 mil morreram até agora em 2023, segundo um relatório da ONG Acled.