Kagarlitsky lecionava na Escola Superior de Economia de MoscouReprodução

Um tribunal russo da república de Komi, localizada ao oeste do país, condenou nesta terça-feira, 12, um acadêmico de esquerda, crítico da ofensiva na Ucrânia, a uma multa de 600.000 rublos (cerca de US$ 6 mil, ou aproximadamente R$ 29,6 mil).

Sociólogo com trabalhos envolvendo sociedade russa e a história política da esquerda, Boris Kagarlitsky, de 65 anos, foi preso em julho, acusado de "instigar publicamente o terrorismo". Ele lecionava na Escola Superior de Economia de Moscou, uma instituição antes vista como um bastião dos valores liberais.
O advogado de Kagarlitsky, Sergéi Yerojov, indicou que esta a sentença foi menos severa do que o habitual e a primeira sem pena de prisão por essa acusação na Rússia nos últimos anos. "Provavelmente não iremos apelar. Nas circunstâncias atuais, acreditamos que este é um resultado positivo", disse à agência estatal de notícias RIA Novosti.

O acadêmico foi preso após um comentário que fez nas redes sociais, no qual qualificou um ataque ucraniano à ponte da Crimeia como "mais ou menos compreensível". Ele também previu mais "novas coisas desagradáveis, até mais sérias" no território russo.

A Rússia proíbe críticas à sua ofensiva na Ucrânia e tem punido milhares de cidadãos por se manifestarem contra a campanha militar.