Viktor Orban, primeiro-ministro da Hungria, e Volodymyr Zelensky, presidente da UcrâniaMiguel Medina/Cornelius Poppe / NTB / AFP
Em uma entrevista a uma rádio local, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, afirmou que o veto seria retirado apenas em caso de liberação dos fundos da UE destinados aos húngaros, que foram bloqueados por dúvidas sobre a vigência do Estado de Direito.
"Sempre disse que se alguém quiser apresentar uma emenda ao orçamento da UE (...) a Hungria aproveitaria a ocasião para reivindicar claramente o que merece. Não a metade, não um quarto, e sim a totalidade", declarou o chefe de Governo nacionalista.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmou durante a madrugada que os líderes da UE devem voltar a abordar o tema em janeiro.
Uma vitória
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, afirmou na rede social X que a decisão é "uma vitória para a Ucrânia. Uma vitória para toda a Europa".
Esta era a decisão mais importante que os dirigentes do bloco europeu tinham em mãos na cúpula que começou na quinta, já que a oposição da Hungria para abrir as negociações parecia inflexível. O processo de adesão à UE normalmente demora vários anos, período de longas negociações e implementação de reformas. Em alguns casos pode durar mais de uma década.Right now in Ukraine, a lot of us are feeling really uplifted, and it’s a big deal – it keeps us going. I want to say a huge thank you – to each of you for everything we’ve managed to accomplish! To all those who strengthen Europe by the unity of Ukraine. A special gratitude to… pic.twitter.com/uCnqU5Y5Le
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) December 15, 2023
Orban se ausenta da sala
Zelensky conversou com os colegas europeus por videoconferência e, em seu pronunciamento, os advertiu que rejeitar o diálogo representaria um fracasso para a Ucrânia e que a Rússia utilizaria em seu favor. Por sua vez, a presidente da Moldávia, Maia Sandu, afirmou no X que seu país "virou hoje uma página com o sinal verde da UE para as conversas de adesão".
Esta decisão aconteceu no momento em que se acumulavam as dúvidas sobre a continuidade do apoio dos países ocidentais à Ucrânia em sua guerra contra a invasão russa, que começou em fevereiro de 2022. O chefe de Governo da Alemanha, Olaf Scholz, se manifestou pelas redes sociais indicando que a decisão constitui "um forte sinal de apoio" à Ucrânia.Moldova turns a new page today with the EU’s go-ahead for accession talks.
— Maia Sandu (@sandumaiamd) December 14, 2023
We’re feeling Europe’s warm embrace today. Thank you for your support and faith in our journey.
We’re committed to the hard work needed to become an EU member. Moldova is ready to rise to the challenge.
Ein starkes Zeichen der Unterstützung und eine Perspektive für die Ukraine: Im #EUCO haben wir gerade beschlossen, Beitrittsgespräche mit der #Ukraine und auch mit #Moldau zu beginnen. Klar ist: Diese Länder gehören zur europäischen Familie.
— Bundeskanzler Olaf Scholz (@Bundeskanzler) December 14, 2023
Por sua vez, o primeiro-ministro da Irlanda, Leo Varadkar, assinalou que é "uma poderosa mensagem geoestratégica também para o resto do mundo, não somente para a Rússia".
Durante a reunião, segundo Varadkar, Orban "apresentou seus argumentos e de maneira muito enfática. Ele está em desacordo com esta decisão [...] mas essencialmente decidiu não utilizar seu poder de veto".
A UE anunciou na quarta-feira, véspera da reunião, o desbloqueio de pagamentos a Hungria de até 10,2 bilhões de euros (11 bilhões de dólares, 54 bilhões de reais) que haviam sido congelados por dúvidas sobre o funcionamento do Estado de direito no país.
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