Embarcação da Guarda Costeira do Iêmen, leal ao governo reconhecido internacionalmente, patrulha o Mar Vermelho Khaled ZIAD / AFP

Grandes empresas mundiais de transporte marítimo anunciaram nas últimas horas a suspensão da passagem de seus navios pelo Mar Vermelho, uma importante rota comercial, após ataques dos rebeldes huthis do Iêmen.
A dinamarquesa Maersk, a alemã Hapag-Lloyd, a francesa CMA CGM e a ítalo-suíça MSC informaram que suas embarcações deixarão de passar pelo Mar Vermelho até nova ordem.
A região conecta o Mediterrâneo ao Oceano Índico, ou seja, a Europa à Ásia, e por ela trafegam cerca de 20.000 embarcações por ano.
Nas últimas semanas, os rebeldes iemenitas, ligados ao Irã, aumentaram os ataques perto do estratégico estreito de Bab Al-Mandab, que separa a Península Arábica da África.
Os huthis advertiram que irão atacar embarcações que navegarem na costa do Iêmen e tiverem ligação com Israel, em resposta ao conflito desse último país com o movimento islamista palestino Hamas na Faixa de Gaza.
Nas últimas semanas, mísseis e drones foram abatidos por navios de guerra americanos e franceses que patrulham aquela área.
No fim de novembro, o Reino Unido já havia anunciado o envio do navio de guerra "HMS Diamond" ao Golfo para responder às "crescentes preocupações" sobre a segurança das rotas comerciais marítimas na região.
A gigante dinamarquesa do transporte marítimo Maersk ordenou ontem que seus navios não passem mais pelo estreito estratégico de Bab al-Mandab até novo aviso, após vários ataques.
A alemã Hapag-Lloyd anunciou no mesmo dia que suspenderia as travessias de suas embarcações porta-contêineres pelo Mar Vermelho até, pelo menos, segunda-feira, após o ataque dos huthis a um de seus navios.
Esse movimento político-militar, que controla grande parte do Iêmen, faz parte, tal qual o Hamas e o Hezbollah, libanês, do chamado "eixo de resistência" contra Israel, apoiado pelo Irã.