Homens do Hamas sequestraram israelenses e os levaram para GazaAFP

O movimento islamista palestino Hamas negou nesta quarta-feira (27) afirmações do Exército ideológico do regime iraniano, segundo as quais seu ataque contra contra Israel em 7 de outubro teria sido em resposta ao assassinato de um general iraniano em um ataque americano em 2020.
Em uma coletiva de imprensa em Teerã, o porta-voz dos Guardiões da Revolução (tropa iraniana), Ramezan Sharif, afirmou que o sangrento ataque do Hamas foi "uma das operações realizadas para vingar o assassinato do general (Qasem) Soleimani pelos americanos e com o apoio dos sionistas".
Soleimani, então líder de uma unidade de elite dos Guardiães da Revolução, morreu em uma incursão americana no Iraque em 3 de janeiro de 2020.
Em um comunicado que marca um incomum distanciamento de Teerã, porém, o Hamas "negou a veracidade das declarações do porta-voz dos Guardiães da Revolução Islâmica, general Ramezan Sharif, sobre a operação (...) e seus motivos".
"Já explicamos várias vezes os motivos e as razões da operação (...), destacando em especial as ameaças que pesam sobre a mesquita de Al-Aqsa”, acrescentou o Hamas.
Al-Aqsa fica na Esplanada das Mesquitas, que também abriga o Domo da Rocha, no setor palestino ocupado de Cidade Velha de Jerusalém.
O crescente número de visitas de fiéis judeus, que também consideram este lugar como sagrado, é visto como uma "provocação" por palestinos e motiva enfrentamentos frequentes.
O Irã foi um dos primeiros países a celebrar a "orgulhosa operação" do Hamas, grupo apoiado abertamente pelo governo de Teerã há muitos anos, embora suas relações tenham passado por altos e baixos. Apesar de seu apoio público, em 9 de outubro o Irã negou ter desempenhado um papel ativo na ofensiva do Hamas.
"O Irã não intervém na tomada de decisões de outras nações, incluindo a Palestina", declarou então o porta-voz da diplomacia Naser Kanani. Ele considerou que "as acusações relacionadas ao papel do Irã" são "baseadas em motivos políticos".