Decisão da Corte Constitucional tira Evo Morales da eleição presidencial de 2025 Juan Mabromata / AFP
A decisão da alta corte estabelece ainda que o presidente e o vice-presidente não podem exercer um mandato mais de duas vezes, de forma contínua ou descontínua.
Evo convoca simpatizantes
Neste sábado, as seis federações de plantadores de coca do Chapare, reduto político de Evo, convocaram uma reunião de avaliação. O ex-presidente convocou seus apoiadores a "defendê-lo". "É uma aliança tripla: governo, direita, império, e não é só contra Evo [...] O plano não é só tirar-nos o MAS [partido do ex-presidente], mas prescrever e eliminar Evo como candidato", destacou.
Segundo o ex-presidente, a Agência Central de Inteligência americana (CIA) teria uma aliança com o governo Arce para eliminá-lo politicamente. "[Fernando] Huanacuni [ex-chanceler e aliado de Morales] foi convidado pelo encarregado da América Latina da Chancelaria do Irã, e lhe disse: 'Cuidem de Evo'. A CIA está atuando diretamente para que Evo não seja candidato. Cuidem dele, vai haver atentados", afirmou.
Reeleição ilimitada
A resolução do Tribunal Constitucional Plurinacional (TCP) se baseia em uma revisão dos critérios da Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH), que descarta a reeleição como um direito humano. Em 2021, este órgão judicial autônomo internacional emitiu uma opinião consultiva, a pedido do governo da Colômbia, sobre a reeleição ilimitada.
Orlando Ceballos, que integra a equipe jurídica de Evo, disse ao Correo del Sur que vai aguardar "o que acontecer no Tribunal Supremo Eleitoral" para ativar "o que corresponder como forma de defesa".
O grupo político que apoia Morales emitiu um comunicado no qual alerta para ações de "defesa". "Se tocarem em Evo, tocarão em todas e em todos nós", afirmou.
Diferentes nomes da oposição qualificaram a decisão como uma restituição da ordem em temas constitucionais, mas também lembraram que foi o próprio Tribunal que deu luz verde para Morales voltar a se candidatar. "O TCP põe ponto final ao delírio de Evo Morales de se reeleger para sempre", escreveu Áñez em sua conta na rede social X.
Na mesma linha, o líder da bancada da oposição, Carlos Mesa, apontou: "Evo Morales e [o então vice-presidente Álvaro] García Linera violaram a Constituição [...] com a cumplicidade do TCP".
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