Inteligência artificial é o assunto do momento no mundo da tecnologiaReprodução

A desinformação gerada por inteligência artificial (IA) lidera a lista dos dez maiores riscos para o mundo nos próximos dois anos, devido aos possíveis efeitos sobre as próximas eleições presidenciais — que devem abranger boa parte da população global. Divulgada nesta quarta-feira, 10, a análise é do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), em preparação para o encontro de líderes globais na próxima segunda-feira, 15, em Davos.

"Não mais exigindo um conjunto de habilidades de nicho, as interfaces fáceis de usar para modelos de IA em larga escala já permitiram uma explosão de informações falsificadas e do chamado conteúdo 'sintético', desde a sofisticada clonagem de voz até sites falsificados", avalia o WEF.

O relatório observa que detectar esses conteúdos sintéticos "está cada vez mais difícil", mesmo para ferramentas especializadas, e que os esforços de governos para criar regulações não conseguem alcançar em "rapidez e efetividade" o ritmo de desenvolvimento da IA.
O documento aponta que existem iniciativas que poderiam complementar esses esforços, como a exigência da China para que conteúdos gerados por IA tenham marcas d'água para identificação, mas alerta que isto não impede a disseminação de desinformação por não deixar claro a veracidade e intenções por trás do conteúdo, "confundindo" o público.

E o risco é de que esses conteúdos possam ampliar a polarização e minar a legitimidade de governos recém-eleitos. "Os resultados desse cenário podem variar de protestos violentos e crimes de ódio a confrontos civis e terrorismo", alerta o WEF.

Nos próximos dois anos, aproximadamente 3 bilhões de pessoas ao redor do mundo devem votar em disputas eleitorais, incluindo Estados Unidos, Índia, Rússia, Indonésia, México e Reino Unido. Abrindo este período, Taiwan realizará eleições presidenciais no próximo sábado (13).

O relatório também analisa outros riscos para a economia global, dividindo em listas de curto e longo prazo. Além de desinformação, completam a lista de maiores riscos globais nos próximos dois anos, por ordem de importância: eventos climáticos extremos, polarização social, insegurança cibernética, conflitos armados entre Estados, falta de oportunidade econômica, inflação, migração involuntária, recessão econômica e poluição.