Fabrício Colón Pico é líder da facção 'Los Lobos'Divulgação

Equador - Fabricio Colón Pico, ou 'Capitán Pico' é um dos homens mais procurados do Equador no momento em que o país vive uma onda de violência. O criminoso é líder da facção 'Los Lobos', uma das mais violentas e influentes da realidade equatoriana.
Fabricio ficou apenas quatro dias na prisão, já que foi capturado na sexta-feira (5) e conseguiu escapar na terça-feira (9). A facção, liderada por ele, tinha planos para matar a procuradora-geral da República, Diana Salazar.
As pessoas por trás da suposta conspiração "estão identificadas" e "fazem parte de Los Lobos", disse Salazar durante uma audiência de acusação do caso. Mais de 30 pessoas foram presas por este escândalo.
No dia 8 de janeiro, um vídeo de Colón viralizou nas redes sociais dizendo que se algo acontecesse com ele, a culpa seria ''do presidente da República (Daniel Noboa) e da procuradora-geral, Diana Salazar. De acordo com ele, eles querem ''achar um culpado''. Ele também disse que não tem ''comunicação com ninguém''.
Colón gravou um vídeo de dentro da prisão - Reprodução
Colón gravou um vídeo de dentro da prisãoReprodução
Um cartaz com o nome de Colón e de outro criminoso foi divulgado. Adolfo Macías, o 'Fito', é o líder dos ''Choneros'', uma outra facção muito influente no Equador, e tratado como o criminoso mais perigoso do país. Os dois fugiram da prisão no mesmo dia.
'Dias difíceis'
"São dias extremamente difíceis porque (...) a decisão importante é enfrentar frontalmente estas ameaças com características terroristas", assegurou o secretário de Comunicação do governo, Roberto Izurieta, em entrevista ao canal digital Visionarias.

Fito cumpria pena de 34 anos de prisão no presídio Regional de Guayaquil por crime organizado, narcotráfico e homicídio. Los Choneros disputam com cerca de 20 quadrilhas a rota do narcotráfico em uma guerra sangrenta que assombra o país.

Noboa, que preside uma reunião do Conselho de Segurança em Quito, atribuiu a investida nas prisões como uma represália por suas ações para "retomar o controle" oficial dos presídios e advertiu que não vai negociar com "terroristas".


Situado entre a Colômbia e o Peru, os maiores produtores de cocaína do mundo, o Equador passou de ser uma ilha de paz a um baluarte na guerra do tráfico. O país encerrou 2023 com mais de 7.800 homicídios e 220 toneladas de drogas apreendidas, novos recordes para este país de 17 milhões de habitantes.

Desde 2021, confrontos entre presidiários deixaram mais de 460 mortos. Além disso, os homicídios nas ruas entre 2018 e 2023 aumentaram quase 800%, passando de 6 para 46 por 100.000 habitantes.

Setores de indígenas da Amazônia convocaram protestos pacíficos nesta terça-feira em repúdio a este projeto em Pastaza, seu território biodiverso e petroleiro.

Atos violentos também foram reportados na costeira Esmeraldas (noroeste e próxima da fronteira com a Colômbia), uma das províncias equatorianas controladas pelas máfias.

Na capital, Quito, também foi registrada a explosão de um carro, além da detonação de um artefato perto de uma passarela para pedestres. O prefeito, Pabel Muñoz, pediu ao Executivo a "militarização" de instalações estratégicas diante do que chamou de uma "crise de segurança sem precedentes".
Com informações da AFP.