Rio - A Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) realizaram uma operação para prender envolvidos na morte do policial civil João Pedro Marquini, de 38 anos. O agente era casado com a juíza Tula Mello e sofreu uma tentativa de assalto, no último dia 30, em Barra de Guaratiba, na Zona Oeste. A ação deixou cinco mortos durante um intenso confronto na Ladeira dos Tabajaras, entre Copacabana e Botafogo, na Zona Sul. Um deles é Vinicius Kleber di Carlantonio Martins, o 'Cheio de Ódio', chefe do tráfico na região. Além disso, quatro bandidos foram presos.
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As equipes da Core e DHC pretendiam cumprir dois mandados de prisão contra investigados pela morte do policial. Antonio Augusto D’Angelo da Fonseca, um dos alvos, foi encontrado horas depois, na casa da mãe, em Copacabana. O outro suspeito, Walace Andrade de Oliveira, segue foragido. Em vídeos que circulam nas redes sociais, é possível ver helicópteros em voos rasantes na região e um intenso confronto. Confira abaixo. Segundo relatos, disparos foram ouvidos próximos à estação de metrô Siqueira Campos, em Copacabana, e as ruas Pinheiro Guimarães e Real Grandeza, em Botafogo, chegaram a ser fechadas pelos agentes.
Moradores da comunidade protestaram contra a operação próximos a um local onde os corpos eram removidos pela Defesa Civil. Em vídeos, eles apontam a ação como "covardia" e pedem por justiça. Os policiais reagiram com gás de pimenta para conter o tumulto.
Crianças que seguiam e voltavam da escola presenciaram corpos pelas ruas da comunidade. Uma imagem feita pelo DIA mostra um homem cobrindo os olhos de um menino, quando passavam em uma moto próximos a um cadáver. Por conta da tensão na região, a Secretaria Municipal de Saúde informou que um Centro Municipal que atende a região da Ladeira dos Tabajaras suspendeu as atividades externas, como as visitas domiciliares.
Entenda o caso
João Pedro era lotado na Coordenadoria de Recursos Especiais e casado com a juíza Tula Mello. Em uma publicação nas redes sociais, a magistrada contou que ele agiu para salvá-la durante a tentativa de assalto e não chegou a atirar contra os criminosos, antes de ser baleado com cinco tiros de fuzil. No momento do crime, a vítima estava em um veículo logo atrás da mulher, que também teve o carro atingido.
O automóvel da juíza, que atua no III Tribunal do Júri, era blindado e ela não ficou ferida. Na sequência, os bandidos fugiram em direção à comunidade César Maia, em Vargem Pequena, região que vive uma disputa de território entre traficantes do Comando Vermelho (CV) e milicianos. Um veículo que teria sido usado pelos bandidos foi apreendido no local, com diversas marcas de tiros, além de vidros quebrados.
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