Participação de Milei no Fórum será na nesta quarta-feira, 17Foto: Reprodução/Internet
Em sua primeira viagem como presidente ao exterior, Milei desperta o interesse do Fórum Econômico Mundial, após assinar um decreto com um série de medidas ultraliberais e antissociais na Argentina assolada pela inflação, logo depois de sua surpreendente vitória eleitoral no mês passado.
Milei, de 53 anos, antecipou brevemente o conteúdo de seu discurso na terça-feira durante seu voo à Europa em um avião comercial, que tomou para fortalecer sua imagem de austeridade.
Seu objetivo é "inserir ideias de liberdade em um fórum que está contaminado pela agenda socialista 2030 e que a única coisa que trará é miséria ao mundo", disse em um vídeo publicado pelo veículo argentino Infobae, repostado por Milei na rede social X.
Muitos na extrema direita acreditam que a agenda 2030 da ONU para o desenvolvimento sustentável seja um plano contra a pobreza que pretende reduzir liberdades individuais.
Milei, muitas vezes comparado ao ex-presidente americano Donald Trump, pretende declarar em Davos que "a liberdade é a chave da prosperidade".
Suas opiniões sobre algumas questões podem chocar com a defendidas no Fórum. Nega, por exemplo, que a atividade humana seja responsável pela mudança climática. Mas o economista ultraliberal e de extrema direita disse que recebeu mais de 60 pedidos de reuniões bilaterais em Davos.
"Não tenho como atender fisicamente a esta demanda", assegurou. No entanto, marcou um reunião com Kristalina Georgieva, diretora do Fundo Monetário Internacional, ao qual a Argentina deve 44 bilhões de dólares (quase 220 bilhões de reais na cotação atual).
'Não há dinheiro'
Com a frase "não há dinheiro", prometeu cortar drasticamente os gastos na Argentina, onde a inflação superou 200% no ano passado.
Desde então, desvalorizou o peso em mais de 50%, cortou os subsídios estatais para combustíveis e transportes e reduziu para metade o número de ministérios.
"O que Milei busca em Davos é gerar confiança no establishment econômico internacional. É uma figura que não gera muita confiança", disse à AFP Alejandro Frenkel, professor de política internacional na Universidade Nacional de San Martín.
"Quer se apresentar como alguém confiável e mostrar seu programa econômico como favorável aos investimentos globais", acrescentou.
América Latina e segurança
"O país ficou paralisado pelo medo e pela falta de oportunidades", enfatizou a ministra que pediu "cooperação" para proteger o Equador, rota do tráfico.
Na mesma mesa redonda, o presidente colombiano, Gustavo Petro, enfatizou que "a chave neste ano" é enfrentar a "desigualdade territorial" em sua país, em particular na costa do Pacífico, a zona mais empobrecida.
Segundo ele, esta ambição passa por gerar "economias lícitas", onde atualmente imperam atividades ilegais como resultado de "uma política antidrogas mundial mas derivada dos Estados Unidos que fracassou amplamente".
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