Príncipe saudita Faisal bin Farhan afirmou que o país está disposto a ajudar 'temporariamente' reconstrução de GazaFoto: Reprodução/Internet
Arábia Saudita não retornará relação com Israel até planos para Estado palestino, diz diplomata
De acordo com príncipe Faisal bin Farhan, conflitos são reflexos de 'ciclos de violência' do passado
O principal diplomata da Arábia Saudita, o príncipe Faisal bin Farhan, afirmou neste domingo, 21,que o país não normalizará as relações com Israel nem contribuirá para a reconstrução de Gaza sem um caminho "confiável e irreversível" para a criação de um Estado palestino.
"Não há ponto em falar sobre a reconstrução de Gaza, se não vamos falar sobre parar a matança", afirmou Faisal, ao ser questionado se a Arábia Saudita financiaria eventualmente a reconstrução da região, em entrevista à CNN.
De acordo com ele, os conflitos antecedem a guerra lançada em 7 de outubro de 2023 e são reflexos do passado, em um ciclo de violência que impede a estabilidade do Oriente Médio. "Até encontrarmos uma solução ou resolução que aponte que não estaremos nessa mesma discussão no próximo ano, não estamos interessados nessa conversa", acrescentou.
Faisal reitera que a Arábia Saudita e outros países da região estão dispostos a ajudar temporariamente no governo do enclave junto a autoridades palestinas, desde que isso faça parte de um plano maior, e aponta que o próprio consenso internacional defende uma solução de dois Estados. "Para que a região árabe veja verdadeira paz, estabilidade e integração capazes de entregar benefícios econômicos e sociais para todos, incluindo Israel, o caminho é a criação de um Estado palestino", afirmou, acrescentando que a redução nas tensões permitiria proteger também o livre comércio e trânsito de navegações.
E sem este caminho, a Arábia Saudita não vê uma normalização das relações com Israel, respondeu o diplomata, ao ser questionado pela CNN. "Não vemos indícios de mudança na postura de Israel, não há direção estratégica e clara das operações", comentou Faisal. "Eles estão destruindo Gaza e sua população civil, o que é inaceitável e deve parar."
Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu se opôs a qualquer forma de soberania da Palestina no pós-guerra, apesar de enfrentar crescente pressão internacional para encerrar o conflito e doméstica para resgatar em segurança os reféns sequestrados pelo Hamas, em outubro do ano passado. Nesta segunda-feira, 22, parentes de reféns israelenses interromperam uma reunião de um comitê do Parlamento para exigir ações para a libertação dos prisioneiros.
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