Parlamento turco votou pela adesão da Suécia a Otan na terça-feira, 23Adem Altan / AFP
A candidatura sueca foi aprovada por 287 votos a favor e 55 contra, mas ainda precisa do apoio da Hungria para entrar na Aliança Atlântica, de 31 membros. "Hoje demos um passo a mais rumo à plena integração na Otan", reagiu o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, na rede social X.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, comemorou a decisão dos legisladores turcos. "Conto com a Hungria para completar sua ratificação nacional [da Suécia] assim que for possível", declarou em um comunicado.Idag är vi ett steg närmare ett fullvärdigt medlemskap i Nato. Positivt att Turkiets parlament har röstat för ett godkännande av Sveriges Natoansökan.
— SwedishPM (@SwedishPM) January 23, 2024
O assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, comemorou o resultado da votação do Parlamento turco ao afirmar que a adesão da Suécia à Otan fará com que a aliança seja "mais segura e mais forte".
O país nórdico apresentou a candidatura pouco após o início da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, juntamente com a vizinha Finlândia, que foi admitida em abril passado. Os dois países romperam com a política de neutralidade, herdada depois da Segunda Guerra Mundial, e com o não alinhamento militar desde o fim da Guerra Fria.
Diferentemente da Finlândia, a candidatura sueca enfrentou uma série de obstáculos interpostos pela Turquia, que acusou o país europeu de abrigar militantes de movimentos curdos considerados terroristas por Ancara. Diante da pressão turca, a Suécia reformou sua Constituição e adotou uma nova lei antiterrorista.
Mas em dezembro, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, também condicionou a entrada da Suécia à aprovação "simultânea" pelo Congresso americano da venda de caças F-16 ao seu país. Ancara também exigiu que o Canadá autorizasse a venda para a Turquia de um componente óptico utilizado na fabricação de drones de combate.
Hungria, a última barreira
A entrada de um novo país na Aliança Atlântica deve ser ratificada pelo conjunto de seus membros antes de ser efetivada. O último que falta é a Hungria, único país da Otan a manter vínculos estreitos com Moscou apesar da invasão da Ucrânia.
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, convidou seu contraparte sueco a Budapeste para tentar superar os últimos obstáculos que impedem um voto favorável do Parlamento local.
Budapeste, que deu seu apoio de princípio à entrada da Suécia, leva meses analisando o caso. As autoridades pedem a Estocolmo que cesse sua política de depreciação do governo húngaro, acusado de flertar com o autoritarismo.
O ministro sueco das Relações Exteriores, Tobias Billstrom, afirmou, no entanto, que seu país não tinha "nenhuma razão" para negociar com a Hungria.
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