Formada em canto, piano e balé desde muito jovem, Rivera começou a dançar na Broadway antes dos 20 anosAFP

A cantora, dançarina e atriz de origem porto-riquenha Chita Rivera, que foi uma das maiores estrelas da sua geração nos palcos da Broadway por mais de seis décadas, em musicais como "West Side Story" e "Chicago", morreu nesta terça-feira, 30, aos 91 anos.

Formada em canto, piano e balé desde muito jovem, Rivera começou a dançar na Broadway antes dos 20 anos, e continuou até os 80. Ela morreu em Nova York, após "uma breve doença", informou sua filha Lisa Mordente.


Com mais de dez indicações ao prêmio Tony, que venceu duas vezes, Rivera foi premiada em 2002 com o Kennedy Center, uma das principais distinções artísticas dos Estados Unidos, e em 2009 recebeu na Casa Branca a Medalha Presidencial da Liberdade.

Sensual e com uma presença de palco ousada, ela interpretou alguns dos papéis mais aclamados da Broadway e trabalhou com talentos lendários, como Leonard Bernstein, Bob Fosse, Stephen Sondheim e Jerome Robbins.

Juntamente com a atriz Rita Moreno, Rivera abriu caminho para que outras estrelas de ascendência porto-riquenha, como o ator, compositor e dramaturgo Lin-Manuel Miranda, conquistassem a Broadway.

A equipe do musical Chicago, protagonizado por Rivera, destacou que "sua influência, seu calor e seu talento sobrenatural sempre irão nos inspirar".

Glória da Broadway 
Nascida durante a Grande Depressão, em 23 de janeiro de 1933, na capital norte-americana, Dolores Conchita Figueroa del Rivero Anderson era um dos cinco filhos de um casamento católico. Seu pai, um músico da Marinha, morreu quando ela tinha 7 anos.

Aos 11, Chita matriculou-se em uma escola de balé local, e aos 16 fez um teste na renomada Escola de Balé Americano, dirigida por George Balanchine. Após ganhar uma bolsa, viajou para Nova York.

Depois de três anos de formação, Rivera buscou pequenos papéis na Broadway como bailarina. Para esconder sua origem étnica, mudou seu nome para Chita O'Hara, antes de se decidir por Chita Rivera. Mesmo assim, muitas vezes se sentia deslocada.

Sua determinação a levou a seguir em frente, juntamente com seu desejo ousado de se dedicar ao canto. Depois de "West Side Story", conseguiu o papel principal em "Bye Bye, Birdie", ao lado de Dick van Dyke, no musical inspirado livremente em Elvis Presley.

Rivera apareceu três vezes no "The Ed Sullivan Show", um programa de variedades de grande audiência nacional. Em 1957, casou-se com o bailarino de "West Side Story" Tony Mordente, com quem teve uma filha e do qual se divorciou em 1966. Chita Rivera ganhou um Tony pelo conjunto de sua obra em 2018.