Chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell Kenzo Tribouillard/AFP
O alerta de Borrell, assim como o apelo feito pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ocorre após ataques aéreos israelenses à Rafah deixarem ao menos 44 palestinos mortos neste fim de semana. A ofensiva de Israel ocorreu depois de o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pediu aos militares que planejassem a evacuação de centenas de milhares de pessoas da região. Benjamin Netanyahu não divulgou o cronograma da operação, mas o anúncio gerou pânico em Gaza.
Rafah é um dos principais corredores de entrada de ajuda humanitária na região. De acordo com a Organização das Nações Unidas, 1,4 milhão de pessoas estão refugiadas em Rafah, desde o início do conflito entre Israel e Hamas, em 7 de outubro do ano passado. O governo de Israel alega que Rafah, que faz fronteira com o Egito, é o último reduto remanescente do grupo extremista Hamas em Gaza, depois de quatro meses do conflito desencadeado desde 7 de outubro do ano passado.
A Casa Branca também alertou que uma operação terrestre pelas forças militares israelenses em Rafah nas atuais circunstâncias seria um "desastre" para os civis. Desde sábado, uma série de líderes internacionais vem criticando a ofensiva de Israel sobre Rafah em meio ao receio crescente de que as ações possam desencadear a propagação do conflito no Oriente Médio. O ministro das Relações Exteriores do Egito, Sameh Shoukry, disse que qualquer ofensiva terrestre israelense em Rafah teria "consequências desastrosas" e afirmou que Israel pretende eventualmente forçar os palestinos a sair do território. O Egito ameaça suspender o tratado de paz com Israel, assinado em 1970 depois de cinco guerras travadas entre os países, caso as tropas israelenses sejam enviadas para a cidade de Rafah, segundo autoridades locais. O Egito teme que as forças militares israelenses forcem o fechamento da rota de ajuda humanitária.
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