Navalny era o principal opositor de Putin na RússiaK. Kudrayavtsev / AFP

Os médicos de um hospital no norte da Rússia passaram mais de "meia hora" tentando reanimar o opositor Alexei Navalny, informaram agências de notícias russas nesta sexta-feira (16).

"Os médicos que chegaram à [prisão] prosseguiram com o protocolo de reanimação, que já havia sido aplicado pelos médicos da colônia penitenciária. Continuaram fazendo isso por mais de meia hora", disse o Hospital de Labytnangi, uma cidade no norte da Rússia, segundo a agência Interfax.
Nesta sexta-feira, os serviços penitenciários russos informaram que Alexei Navalny morreu após uma caminhada em uma prisão no Ártico, onde cumpria uma pena de 19 anos.
"Em 16 de fevereiro de 2024, no centro penitenciário N°3, o prisioneiro Navalny A.A. passou mal após uma caminhada (...) as causas da morte estão sendo determinadas", afirmou o serviço penitenciário da região ártica de Yamal em um comunicado.

"Todas as medidas de reanimação necessárias foram realizadas, mas não apresentaram resultados positivos. Os paramédicos confirmaram a morte do condenado. As causas da morte estão sendo estabelecidas", acrescenta o texto.
O ativista havia sido condenado por "extremismo" e cumpria pena de 19 anos de prisão em uma colônia penal remota do Ártico, em condições muito difíceis. Os vários processos contra ele foram denunciados como perseguição política e uma estratégia de punição por sua oposição ao presidente Vladimir Putin.

O presidente russo foi informado sobre o falecimento, indicou seu porta-voz, Dmitri Peskov. A equipe no exílio do líder opositor informou que não foi comunicada sobre a morte.

"Ainda não temos uma confirmação a respeito", declarou nas redes sociais a porta-voz de Navalny, Kira Yarmish, antes de acrescentar que "o advogado de Alexei está neste momento a caminho de Kharp", a cidade do Ártico onde fica o presídio. "Quando tivermos alguma informação, nós informaremos", completou.

Nas audiências de seus processos nos últimos meses, nas quais participou por vídeo, Alexei Navalny apareceu muito mais magro e frágil. Ele enfrentou vários problemas de saúde relacionados a uma greve de fome e ao envenenamento que sofreu em 2020, ao qual sobreviveu por pouco.