O chefe de governo alemão, Olaf Scholz, convocou para a preservação de uma 'Europa unida' e contra a 'extrema direita'AFP
Socialistas europeus lançam campanha eleitoral em Roma contra 'os fantasmas do passado'
Pleito para o Parlamento do bloco ocorre de 6 a 9 de junho deste ano
Os socialistas europeus lançaram neste sábado (2), em Roma, a campanha para as eleições de 9 de junho na Europa, focados em derrotar a extrema direita, que poderia trazer os "fantasmas do passado" de volta.
O Partido Socialista Europeu (PSE) retém o segundo maior número de assentos no Parlamento Europeu, atrás do Partido Popular Europeu (PPE).
Pouco mais de dois anos depois da ofensiva russa na Ucrânia e diante de uma possível onda "iliberal" nas urnas, deputados nacionais, eurodeputados, líderes de partido, comissários europeus e chefes de governo comentaram sobre as eleições.
"A alma da Europa está em perigo (...) Os fantasmas do passado estão, mais uma vez, batendo nas portas de nossas instituições", alertou o chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, criticando o "ódio, a ganância, a falsidade, o negacionismo climático, o autoritarismo" da extrema direita.
"Eles estão equipados com armas digitais e têm poderosos aliados dentro e fora da Europa, mas os derrotaremos, como já fizemos antes, e continuaremos construindo uma nova Europa", disse ele, em inglês.
O chefe de governo alemão, Olaf Scholz, convocou para a preservação de uma "Europa unida" e contra a "extrema direita, que está avançando em quase todos os nossos países e nas democracias ao redor do mundo".
O líder do pequeno partido Plaza Pública, o francês Raphaël Glucksmann, líder da lista socialista nas eleições europeias e que também participou do congresso, acrescentou que essas eleições "serão as mais importantes da História".
"Considerando que vivemos em um continente forjado e articulado por uma guerra lançada por Putin e dado que em 5 de novembro as eleições nos Estados Unidos podem levar (Donald) Trump à presidência, isso significa que poderíamos ficar sozinhos" contra a Rússia, alertou.
Os PSE e PPE utilizaram principalmente do descontentamento no setor agrícola para fazer campanha, diante de um possível avanço da extrema direita.
Nesse sentido, o líder dos socialistas franceses, Olivier Faure, afirmou temer que "a extrema direita vá arrancando votos progressivamente entre o eleitorado camponês devido a (..) uma contradição entre a questão ecológica e a questão agrícola".
"O que devemos lembrar constantemente é que o inimigo da agricultura não é a ecologia, mas o liberalismo", ressaltou.
Ao congresso dos socialistas, compareceram personalidades como a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen; a chefe do Partido Democrata italiano, Elly Schlein; e o comissário europeu de Economia, o italiano Paolo Gentiloni.
Pedro Sánchez e Olaf Scholz falaram sobre a guerra na Ucrânia durante a manhã de sábado, antes do início do evento.
"O conflito entra em uma fase delicada. Devemos mostrar nosso compromisso e determinação. A segurança e a liberdade dos europeus estão em jogo", enfatizou Sánchez na rede social X (ex-Twitter), ao informar sobre o encontro com seu homólogo alemão.
Os socialistas europeus nomearam o luxemburguês Nicolas Schmit como seu candidato à presidência da Comissão Europeia, cargo que disputará com a atual titular e favorita, Ursula Von der Leyen, do PPE, cuja candidatura será oficializada durante um congresso do grupo conservador em 6 e 7 de março, em Bucareste.
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