Rocío San Miguel está presa em El Helicoide, penitenciária do serviço de inteligência venezuelanoIvan Reyes/AFP
Presa em El Helicoide, penitenciária do serviço de inteligência, considerada um "centro de torturas" por organizações de direitos humanos, pouco se sabe sobre a situação da especialista em temas militares, a quem autoridades relacionam a um suposto plano para assassinar o presidente Nicolás Maduro.
A seguir, quatro pontos sobre o caso.
'Sem defesa'
Desde então, seus advogados tentaram falar com ela, mas tiveram o acesso negado.
Ela foi apresentada a um tribunal com competência para julgar casos de terrorismo, localizado na El Helicoide, e obrigada a aceitar um defensor público, estratégia habitual em casos de presos políticos. Foi acusada de traição à pátria, conspiração, terrorismo e associação criminosa.
"Esse defensor público nunca se comunicou com os familiares de Rocío", explicou à AFP Joel García, advogado de San Miguel.
"Está sem defesa e sem comunicação", criticou.
Única visita
"Por ela, soubemos que foi torturada", disse García, mas "desde então ninguém mais pôde falar com ela".
"Não se sabe seu estado de ânimo, de saúde, se está se alimentando... nem sequer como ou com quem está detida".
"Nada, não sabemos nada", lamentou.
San Miguel tem dupla nacionalidade venezolana e espanhola. Sua prisão estava na pauta de uma conversa telefônica entre o ministro espanhol de Relações Exteriores, José Manuel Albares, e seu colega venezuelano Yván Gil.
Ex-marido detido
Seu ex-marido, o coronel aposentado Alejandro José Gonzales, ficou em custódia do serviço de contrainteligência (DGCIM), suspeito de "revelar segredos políticos e militares". Os advogados também não tiveram acesso a seu processo.
Provas
Saab mostrou fragmentos de uma "ordem de operação" a um militar detido, também acusado de participar do plano de magnicídio, nos quais "Rocío San Miguel é mencionada explicitamente".
Segundo esses trechos, a acusada deveria promover "relações" com a imprensa para divulgar "avanços da operação", gerar "afinidade comunicacional com a população militar" e "coordenar" a defesa de oficiais através da ONG à qual dirigia.
O prazo para que o MP conclua suas investigações termina em 15 dias e segundo García, sua cliente "segue sem contar com os meios e o tempo necessários para sua defesa".
A ONG especializada Foro Penal contabiliza 263 "presos políticos", 19 são mulheres.
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