Fiscalização de indícios de dissidência acontece desde o início da ofensivaReprodução
Autoridades russas interrogam artistas em várias cidades
Qualquer manifestação contra as ações do governo são reprimidas
As autoridades da Rússia interrogaram artistas e militantes em várias cidades do país nesta terça-feira (12), em um caso supostamente vinculado ao de um ativista exilado que afirma lutar ao lado da Ucrânia.
Desde o início da ofensiva de Moscou na ex-república soviética, em fevereiro de 2022, o Kremlin tem realizado uma vasta campanha de repressão contra qualquer forma de dissidência.
Segundo organizações de direitos humanos e meios de comunicação independentes, as autoridades realizaram buscas nas casas de uma dúzia de artistas, a apenas alguns dias das eleições presidenciais de 15 a 17 de março.
Na origem dessas buscas está um novo caso envolvendo Piotr Verzilov, ex-membro do grupo de protesto Pussy Riot e fundador do meio Mediazona.
Verzilov afirma lutar ao lado das forças de Kiev na Ucrânia desde que se exilou da Rússia. Ele foi condenado no ano passado à revelia a oito anos e meio de prisão por publicar "informações falsas" sobre o Exército russo.
A imprensa independente russa acredita que as autoridades podem ter aberto um novo processo contra ele por "traição".
Segundo o Mediazona, especializado em casos judiciais na Rússia, as buscas ocorreram em Moscou e São Petersburgo, mas também em cidades como Nizhny Novgorod, Ecaterimburgo, Ulianovsk e Samara.
A ONG russa OVD-Info afirmou que os serviços de segurança russos (FSB) interrogaram Olga Pakhtoussova, membro do Pussy Riot, e os artistas Alexandra Kachko e Vladlena Milkina.
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