Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony BlinkenAFP
Proteger os civis deve ser a 'prioridade' de Israel, diz Blinken
'Onde houver vontade, há um caminho', disse o chefe da diplomacia americana à imprensa
Proteger e ajudar os civis deve ser "prioridade" para Israel na Faixa de Gaza, declarou o secretário de Estado americano, Antony Blinken, nesta quarta-feira (13).
"Onde houver vontade, há um caminho", disse o chefe da diplomacia americana à imprensa depois de uma conferência virtual com ministros sobre um novo corredor marítimo para a ajuda humanitária a Gaza.
"Esperamos que o governo de Israel garanta que isto seja uma prioridade. Proteger os civis, proporcionar à população a ajuda de que necessita. Esta deve ser a primeira tarefa, mesmo enquanto fazem o necessário para defender o país e enfrentar a ameaça que o Hamas implica", disse Blinken.
O secretário de Estado americano falou com seus contrapartes de Reino Unido, Chipre, União Europeia, Catar e Emirados Árabes Unidos sobre uma iniciativa anunciada na semana passada pelo Exército dos Estados Unidos para construir um cais temporário no Mediterrâneo para levar ajuda a Gaza.
Quando estiver funcionando, será possível usar este cais para levar até dois milhões de rações de alimentos por dia à Faixa de Gaza, onde as Nações Unidas alertaram para o risco de fome, disse Blinken.
"É um complemento, não um substituto, de outras formas de se fazer chegar assistência humanitária a Gaza", acrescentou o secretário de Estado.
"As vias terrestres continuam sendo a forma mais importante para fazer chegar a assistência às pessoas que precisam, mas isto ajudará a fechar a brecha", explicou.
No entanto, Blinken se afastou da posição do chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, com quem se reuniu mais cedo e que disse na terça-feira na ONU que Israel estava usando a comida como arma de guerra.
"Obviamente, os israelenses não só deixaram entrar alimentos, mas vêm trabalhando para garantir que cheguem às pessoas que precisam", explicou Blinken, ressaltando as decisões humanitárias tomadas por Israel após pressão dos Estados Unidos.
Blinken disse que seu país esperava saber mais antes de comentar a informação da Agência das Nações Unidas para os Refugiados palestinos (UNRWA), que nesta quarta-feira disse ter havido um ataque de Israel em um de seus centros de distribuição de alimentos em Gaza.
Blinken afirmou que o grupo islamista palestino Hamas atirou de áreas civis, mas que "o Exército de Israel [e] o governo israelense têm a responsabilidade e a obrigação de fazer tudo o possível para garantir que os trabalhadores humanitários façam seu trabalho".
Ele voltou a pedir uma trégua que poderia parar as disputas por espaço por algumas semanas em troca da libertação dos reféns.
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