Nicolás Maduro está na presidência da Venezuela desde 2012, época em que assumiu interinamenteJuan Barreto / AFP
1) Insistir com Machado
O Ministério Público a vinculou na quarta-feira a "ações desestabilizadoras", mas sem apresentar acusações contra ela. Sete colaboradores, no entanto, foram detidos e outros sete têm mandado de prisão, incluindo sua principal auxiliar, Magalli Meda, que era mencionada como possível substituta. Machado chamou as ações de "repressão brutal".
"Sabem que estão derrotados, porque não há maneira de vencerem uma eleição contra nós", disse María Corina Machado.
A política liberal venceu com folga as primárias opositoras de 22 de outubro de 2023 e as pesquisas apontam que derrotaria Maduro, com 70% das intenções de voto segundo alguns institutos.
"Maduro sabe que não pode enfrentar ninguém que consiga 30% dos votos", explica à AFP o cientista político Luis Salamanca. A maioria das pesquisas dá ao presidente entre 15% e 20% das intenções de voto.
2) Candidato siamês
Isto se traduz em apenas duas candidaturas, que também podem ser rejeitadas e não teriam oportunidade de substituição.
Por este motivo não é tão fácil para Machado designar um candidato de fachada a quem possa tentar transmitir sua elevada intenção de voto, porque esta pessoa também não tem a garantia de registro aprovado, destaca Salamanca.
O registro da aspiração no sistema não se transforma automaticamente em candidatura, antes é necessária a aprovação Conselho Nacional Eleitoral (CNE), acusado de servir ao chavismo. Se a candidatura for rejeitada, a PUD só poderá apoiar outra candidatura que tenha sido aprovada.
3) Terceira via
O primeiro nome citado foi o de Gerardo Blyde, líder da delegação da oposição na mesa de diálogo com o governo, que tem a mediação da Noruega. Ele não está inabilitado, não apoiou abertamente as sanções, é próximo de Machado e tem canal de diálogo aberto com o chavismo graças às negociações.
"Não é da minha vontade ter este cargo", declarou em uma entrevista recente.
Outra opção é Rosales, que não conta com a simpatia de Machado, embora eles tenham se reunido na terça-feira, segundo a imprensa.
"Não considero politicamente viável hoje a possibilidade de uma candidatura que não tenha o apoio de Machado e de sua base eleitoral", disse Guillermo Tell Aveledo, professor de Estudos Políticos.
4) Efeito "alacrán"
Políticos que incluem José Brito ou Luis Ratti anunciaram que serão candidatos. Ambos estão em confronto direto com Machado e a PUD, a ponto de solicitarem ações da justiça para afastá-los da disputa eleitoral.
O comediante Benjamín Rauseo, conhecido como 'El Conde del Guácharo' e acusado de atuar como fator de divisão do voto opositor, também é mencionado como potencial candidato.
"Maduro tem que limpar todo esse panorama para evitar surpresas", afirma Salamanca. "Maduro está formatando o cenário eleitoral para ter eleições sob medida".
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