Guerra foi iniciada há mais de seis mesesAFP
Um canal de televisão ligado ao governo egípcio havia anunciado "progressos significativos" nas discussões, depois de seis meses de guerra entre Israel e o movimento islamista que destruíram o território palestino.
Apesar da pressão internacional, Israel mantém o plano para uma ofensiva terrestre na cidade de Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza, onde se concentra a maioria dos deslocados, o que representa quase 1,5 milhão de pessoas, segundo a ONU.
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu reafirmou a determinação de erradicar o Hamas "de toda a Faixa de Gaza, incluindo Rafah", que ele apresenta como o último grande reduto do movimento islamista, que está no poder no território palestino desde 2007.
A nova rodada de negociações entre Hamas e Israel, com mediação de Egito, Estados Unidos e Catar, aconteceu no Cairo.
As conversações, que pretendem obter uma trégua e a libertação dos reféns mantidos em Gaza desde o início da guerra em 7 de outubro, registraram "progressos significativos", afirmou o canal egípcio Al Qahera News, que citou uma fonte de alto escalão do governo do Cairo.
Fontes israelenses e do Hamas, no entanto, foram menos otimistas. "Ainda não vemos um acordo no horizonte", declarou uma autoridade israelense, citado pelo meio de comunicação Ynet. Ele disse que "a distância continua grande" entre as posições das partes.
Uma fonte do Hamas disse à AFP que "não é possível falar de progressos concretos até agora" e que as divergências envolvem, especialmente o retorno dos deslocados à Cidade de Gaza, no norte do território, uma exigência do movimento islamista.
Fome iminente
No sábado, o Hamas – considerado uma organização terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia – afirmou que não desistiria de suas exigências: "um cessar-fogo completo", a retirada israelense de Gaza, o retorno dos deslocados e um acordo sério de troca de reféns e prisioneiros palestinos detidos por Israel.
Netanyahu afirmou no domingo que não acontecerá um cessar-fogo sem a libertação de todos os reféns.
A guerra começou em 7 de outubro, quando o Hamas invadiu o sul de Israel e executou um ataque sem precedentes, no qual assassinou 1.170 pessoas, a maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.
Os combatentes palestinos também sequestraram mais de 250 pessoas, das quais 129 ainda estão presas em Gaza, incluindo 34 que as autoridades israelenses acreditam que foram mortas.
Em retaliação, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e iniciou uma ofensiva que matou 33.207 pessoas em Gaza, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.
A guerra também provocou uma catástrofe humanitária no território de 2,4 milhões de habitantes, cercado por Israel, onde a ONU teme uma fome generalizada.
Controlada de maneira rigorosa por Israel, a ajuda humanitária que chega pelo Egito entra no território a conta-gotas. "A fome é iminente", declarou a diretora executiva do Unicef, Catherine Russell.
A guerra também tem consequências na fronteira entre o Líbano e Israel. O Exército israelense anunciou no domingo ter completado uma "nova fase" na preparação para a "guerra" na fronteira, onde a troca de tiros é cada vez mais intensa com o Hezbollah libanês, aliado do Hamas.
A ONU pediu nesta segunda-feira o fim da violência para evitar "uma maior deterioração de uma situação já alarmante".
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