União Europeia (UE)AFP
Dirigentes europeus analisam resposta a 'interferência' da Rússia em processos eleitorais
Resposta pode incluir sanções contra Moscou e intensificação de monitoramento de desinformação
Dirigentes da União Europeia (UE) estudavam nesta quarta-feira (17), em uma cúpula em Bruxelas, uma resposta às suspeitas de interferência da Rússia antes das eleições europeias de junho, com pedidos de sanções contra Moscou.
A União Europeia advertiu, em diversas ocasiões, para o risco de a Rússia intensificar campanhas de desinformação antes das eleições de junho e tente fragilizar o apoio do bloco à Ucrânia.
Nesta quarta-feira, os primeiros-ministros Alexander De Croo (Bélgica) e Petr Fiala (República Tcheca) formularam um chamado enérgico aos países da UE para considerarem a imposição de sanções à Rússia pela alegada interferência.
As autoridades tchecas afirmam que seus serviços de inteligência expuseram uma rede de disseminação de propaganda russa, que teria, inclusive, corrompido membros do Parlamento Europeu.
"Há sérias alegações de que [os russos] tiveram um papel ativo na tentativa de influenciar nossa democracia", disse De Croo ao chegar à sede das reuniões dos dirigentes europeus nesta quarta.
"Temos que deixar muito claro que essas tentativas são inaceitáveis e que faremos tudo para defender nossa democracia", acrescentou.
De Croo e Fiala fizeram circular uma carta aberta conjunta na qual pediram "novas medidas restritivas [sanções] para contrapor as atividades malignas da Rússia".
"Devemos nos armar contra isso, tanto a nível nacional quanto europeu", instaram os dois dirigentes a seus pares na carta.
Em um discurso aos mandatários do bloco, a presidente do Parlamento Europeu, a maltesa Roberta Metsola, indicou que não se trata "de apenas uma ameaça, mas de uma possibilidade que devemos estar preparados para responder".
O Parlamento Europeu, acrescentou, "está pronto para apoiar os países" da UE de "qualquer forma possível".
O último esboço das conclusões da cúpula da UE menciona que os dirigentes são favoráveis a "monitorar de perto e conter" riscos como "a manipulação estrangeira de informação e a interferência em processos eleitorais".
As suspeitas sobre a desinformação se concentram em um site denominado "Voz da Europa", conhecido por publicar notícias da perspectiva da Rússia ou entrevistas com convidados que repetem essa visão.
Os principais blocos políticos no Parlamento Europeu formularam chamados para que se investigue a fundo as suspeitas.
A Promotoria Federal da Bélgica iniciou uma investigação sobre pessoas e entidades sob suspeita de oferecer doações ou empréstimos para obter influência.
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