Contra-manifestantes em apoio a Israel enfrentam os manifestantes em apoio aos palestinos AFP
Manifestação pró-Palestina agita universidade de elite francesa
Estudantes e militantes bloquearam o acesso ao prédio
Um grupo de estudantes bloqueou nesta sexta-feira, 26, o prestigioso centro educacional francês Sciences Po Paris para pedir uma "condenação clara das ações de Israel" em Gaza, um protesto na esteira dos realizados em universidades americanas.
Um pequeno grupo de estudantes e ativistas do comitê Palestina do Sciences Po tentava manter a ação nesta tarde com um protesto e uma ocupação do edifício histórico da universidade no centro da capital francesa, constatou um jornalista da AFP.
Esse comitê pede "uma condenação explícita das ações de Israel" em Gaza e o "fim da colaboração" a todas as "instituições" consideradas cúmplices da "opressão sistêmica ao povo palestino", afirmou.
No meio da tarde, a tensão aumentou quando 50 manifestantes pró-Israel, alguns deles com a cabeça coberta e capacetes de moto participavam de uma contra-manifestação aos gritos de "Libertar Gaza do Hamas", obrigando a polícia a intervir.
O comitê também pede o fim "à repressão das vozes pró-palestinas no campus", após o centro de elite ser acusado de permitir que o antissemitismo floresça.
A direção decidiu fechar vários locais de seu campus parisiense e "condenou com firmeza essas ações estudantis", que começaram na noite de quinta-feira. "Sim ao debate, não ao bloqueio", disse a ministra da Educação Superior, Sylvie Retailleau, à rede BFMTV.
A nova ação ocorre quando os protestos em defesa dos palestinos se multiplicam em universidades dos Estados Unidos, embora na França ainda não ocorram de forma ampla.
O presidente do Conselho Representativo de Instituições Judaicas da França (Crif), Yonathan Arfi, considerou "perigosa" a mobilização, embora não ocorra "em massa", afirmou ao canal LCI.
"Não temos nada contra os estudantes de confissão judia. Há estudantes judeus que militam conosco", assegurou Hubert Launois, de 19 anos e membro do comitê Palestina, para quem a ação busca denunciar "a política colonial e genocida" do governo israelense.
Os ativistas receberam o apoio do partido de oposição A França Insubmissa (LFI, extrema esquerda), cuja líder parlamentar, Mathilde Panot, foi convocada esta semana pela polícia por "apologia ao terrorismo" em virtude de um comunicado do seu grupo que qualificava o ataque do Hamas como "uma ofensiva armada das forças palestinas".
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.