Presidente ucraniano, Volodymyr ZelenskyAFP
O Exército ucraniano, que fracassou em sua grande contraofensiva do ano passado, enfrenta o avanço russo desde a queda, em fevereiro, da cidade de Avdiivka, no leste do país.
A ex-república soviética, que enfrenta dificuldades para recrutar novos soldados e tem que administrar o atraso no envio da ajuda ocidental, foi forçada a recuar em vários setores nas últimas semanas.
O exemplo mais recente aconteceu neste domingo: o Ministério da Defesa da Rússia reivindicou a conquista de Novobakhmutivka, uma localidade que fica 10 quilômetros ao norte de Avdiivka, na província de Donetsk.
"A situação no front piorou", escreveu Syrsky em uma publicação no Facebook. A Rússia, que invadiu a Ucrânia em fevereiro, de 2022, está "atacando ao longo de toda linha de frente".
"Em alguns setores, o inimigo conseguiu sucesso tático e em algumas áreas as nossas tropas conseguiram melhorar a posição tática", acrescentou.
Syrsky afirmou que o Exército russo "concentrou os esforços em vários setores, estabelecendo uma vantagem significativa em termos de forças e recursos para tentar abrir passagem na linha de frente".
O general relatou "combates violentos" na última semana e descreveu uma situação "dinâmica" com algumas posições capturadas diversas vezes ao dia, pelos dois lados.
'Sucessos parciais'
Na região de Kramatorsk, leste, as tropas de Moscou tentam tomar a cidade de Chasiv Yar com o objetivo de avançar para uma área que constitui um importante centro ferroviário e logístico.
A situação "mais complicada", no entanto, acontece a 70 quilômetros de distância, na área de Pokrovsk e Kurakhove, cenários de "combates muito violentos", destacou Syrsky.
O comandante admitiu que as tropas de Kiev se retiraram das cidades de Berdytchi, Semenivka e Novomykhailivka. Também disse que a situação é "tensa" no sul do país.
Os avanços russos provocaram críticas de blogueiros militares ucranianos, que geralmente não questionam as Forças Armadas do país.
O diretor de inteligência do Ministério da Defesa ucraniano, Kyrylo Budanov, alertou este mês que a situação na frente de batalha vai piorar até meados de maio e junho.
Kiev, no entanto, espera que a aprovação no Congresso dos Estados Unidos de um novo pacote de ajuda militar de bilhões de dólares permita estabilizar a situação.
O presidente americano Joe Biden prometeu esta semana ao homólogo ucraniano Volodimir Zelensky que a ajuda vai chegar "rapidamente".
O Kremlin, no entanto, minimizou o impacto do novo pacote de ajuda.
Para reforçar o Exército, Zelensky promulgou no início do mês uma lei polêmica de mobilização militar, que pretende facilitar o alistamento de novos recrutas.
Kiev também suspendeu os serviços consulares no exterior para os homens com idades entre 18 e 60 anos. O governo espera que eles retornem ao país para lutar contra as tropas russas.
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