Soldados morreram após disparado de tanque isralense contra prédio nesta quarta-feira (15)Jack Guez / AFP
Na quarta-feira à noite, um tanque de uma unidade de blindados que operava ao lado de militares no campo de refugiados de Jabalya disparou dois projéteis contra o prédio onde estavam os soldados, segundo o Exército.
Os disparos atingiram 12 militares: cinco morreram e sete ficaram feridos. De acordo com a investigação do Exército, algumas horas antes as equipes que estavam nos blindados foram avisadas sobre a presença de soldados no edifício.
Nesta quinta-feira, o governo dos Estados Unidos anunciou que suas tropas concluíram a instalação de um cais temporário em uma praia da Faixa de Gaza, com o objetivo de facilitar a entrada de ajuda humanitária.
A ajuda humanitária deve "começar a desembarcar nos próximos dias", anunciou o Comando Militar americano para o Oriente Médio (Centcom) na rede social X. A carga será entregue à ONU, que "coordenará a distribuição".
O cais, que custou pelo menos 320 milhões de dólares, é parte dos esforços internacionais para driblar as restrições de acesso terrestre à Faixa de Gaza impostas por Israel, um aliado próximo de Washington.
O conflito começou com o ataque do Hamas em 7 de outubro contra o sul de Israel, que provocou a morte de mais de 1.170 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses.
As represálias militares de Israel deixaram pelo menos 35.272 mortos, também civis em sua maioria, segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, governada pelo Hamas.
Reunião de líderes árabes
Em um encontro convocado em caráter de emergência em novembro na Arábia Saudita, poucas semanas após o início do conflito, os chefes de Estado e de Governo da região condenaram a ofensiva israelense, mas não aprovaram sanções.
O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, disse na quarta-feira que o movimento islamista decidirá com outras facções palestinas como governar Gaza após a guerra com Israel.
"Falamos que o Hamas está aqui para durar (...) e corresponderá ao movimento e a todas as facções nacionais (palestinas) decidir sobre a forma de governo em Gaza", declarou Haniyeh em um discurso exibido na televisão. O Hamas governa Gaza desde 2007.
Ele acrescentou que o futuro das negociações sobre um cessar-fogo é incerto porque Israel "insiste em ocupar a passagem de Rafah e ampliar a agressão" no território palestino.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se recusa a falar sobre o pós-guerra antes de derrotar o grupo islamista.
O ministro da Defesa, Yoav Gallant, declarou na quarta-feira que se opõe a que seu país tenha qualquer responsabilidade, militar ou civil, no governo de Gaza após a guerra.
África do Sul na CIJ
Israel, que nega as acusações sul-africanas, responderá na sexta-feiras.
Em uma sentença emitida em janeiro, a CIJ ordenou a Israel que fizesse tudo que fosse possível para evitar atos de genocídio e permitisse a entrada de ajuda humanitária em Gaza, mas não pediu um cessar-fogo.
Netanyahu afirmou que Israel evitou uma "catástrofe humanitária" em Rafah, alegando que "quase meio milhão de pessoas" deixaram a cidade, onde o Exército israelense executa operações desde 7 de maio.
Segundo a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA), "600.000 pessoas fugiram de Rafah desde a intensificação das operações militares".
A operação e suas consequências para os civis preocupam a comunidade internacional. A União Europeia pediu na quarta-feira a Israel o "fim imediato" da operação em Rafah devido ao risco de "prejudicar gravemente" a relação bilateral.
Na Cisjordânia ocupada, onde a guerra em Gaza exacerbou a violência, três pessoas morreram em ações do Exército israelense, anunciaram fontes palestinas nesta quinta-feira.
O Hezbollah libanês anunciou que disparou dezenas de foguete Katyusha contra posições militares israelenses em represália aos ataques aéreos noturnos contra suas posições no leste do Líbano.
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