Bandeiras conspiratórias foram hasteadas em duas propriedades do juiz Samuel AlitoWikimedia Commons / AFP
Após ser acusado de viés, juiz da Suprema Corte rejeita se abster de casos que envolvam Trump
Bandeiras associadas a teorias conspiratórias eleitorais foram hasteadas em casas do magistrado
Um juiz conservador da Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitou, nesta quarta-feira (29), pedidos para que se abstenha de participar de casos que envolvam o ex-presidente republicano Donald Trump, depois de bandeiras associadas a teorias conspiratórias eleitorais terem sido hasteadas em duas de suas propriedades.
O juiz Samuel Alito disse, por meio de uma carta ao presidente do Comitê Judiciário do Senado, que foi sua esposa quem instalou as bandeiras e que, portanto, as condições previstas no código de conduta do tribunal para se abster dos julgamentos não foram cumpridas.
Alito tem sido alvo de pedidos para que não participe de julgamentos envolvendo Trump desde que o The New York Times noticiou neste mês que havia uma bandeira americana de cabeça para baixo na casa do magistrado, semanas depois de apoiadores do ex-presidente invadirem violentamente o Capitólio, sede do Congresso americano, em 6 de janeiro de 2021.
Segundo a imprensa, uma bandeira com o lema "Apelo ao Céu" também foi vista na casa de praia do juiz, no estado de Nova Jersey (leste). Ambos os objetos estavam associados às falsas alegações de Trump de que teria vencido as eleições de 2020 sobre o democrata Joe Biden.
Alito garantiu em sua carta que não teve “absolutamente nada a ver” com essas manifestações. “Assim que a vi, pedi à minha esposa que a removesse, mas durante vários dias ela se recusou”, disse o juiz.
Em uma publicação em sua rede social, a Truth Social, Trump elogiou Alito por “mostrar INTELIGÊNCIA, CORAGEM e VALOR ao se recusar a se abster de tomar uma decisão sobre qualquer coisa relacionada ao 6 de janeiro".
Alito, de 74 anos, nomeado pelo presidente republicano George W. Bush, é considerado um dos juízes mais conservadores da Suprema Corte, que tem nove membros, e foi o principal responsável pela decisão que levou à anulação do direito constitucional ao aborto.
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