Ministro da Defesa da China, Dong JunAFP

O ministro da Defesa chinês, Dong Jun, advertiu neste domingo, 2, que o seu país "agirá com determinação e força" para impedir a independência de Taiwan, ao mesmo tempo que pediu mais comunicação militar com os Estados Unidos.

Dong fez os comentários em um discurso no Diálogo Shangri-La em Singapura, um fórum de segurança onde se encontrou com o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, na sexta-feira.

"O Exército de Libertação do Povo Chinês sempre foi uma força indestrutível e poderosa na defesa da unificação da pátria mãe e agirá com determinação e força em todos os momentos para impedir a independência de Taiwan", declarou Dong no seu discurso.

A China realizou exercícios militares em torno de Taiwan na semana passada, alertando para uma guerra na ilha autônoma após a recente tomada do poder do presidente Lai Ching-te, a quem Pequim chama de "separatista perigoso". "Quem ousar separar Taiwan da China será esmagado e sofrerá a sua própria destruição", disse Dong.

A questão é um dos focos de discórdia com Washington, apesar de o ministro ter destacado o seu interesse em uma maior aproximação militar com os Estados Unidos.

"Sempre estivemos abertos a negociações e cooperação, mas isso exige que os dois lados se encontrem no meio do caminho", acrescentou Dong.

Mais negociações 
"Acreditamos que precisamos de mais negociações justamente porque há diferenças entre as nossas forças armadas", acrescentou.

Dong e Austin reuniram-se durante mais de uma hora no hotel onde acontece o fórum, no qual participam autoridades de defesa de todo o mundo e que se tornou um termômetro das relações entre a China e os Estados Unidos.

Após a reunião, Austin comentou que "nos próximos meses" as negociações entre os comandantes militares dos Estados Unidos e da China serão retomadas, enquanto Pequim destacou as relações de segurança entre os países como "estabilizadoras".

No entanto, Dong abordou outra questão controversa com os Estados Unidos, defendendo a sua reivindicação de soberania no mar da China Meridional e rejeitando o envio de mísseis balísticos americanos para a região Ásia-Pacífico.

"A China tem mantido moderação suficiente face às violações de direitos e às provocações, mas isso tem os seus limites", disse Dong, referindo-se ao envio de mísseis para as Filipinas.

As Filipinas são um aliado fundamental dos Estados Unidos no seu esforço para fortalecer as suas relações na região Ásia-Pacífico, o que irrita a China.

O Exército norte-americano anunciou em abril que enviaria um sistema de mísseis de médio alcance para o norte das Filipinas para exercícios militares conjuntos anuais.

O envio de "mísseis balísticos de médio alcance" está "prejudicando seriamente a segurança e a estabilidade regional", disse Dong. Ele alertou sobre os "limites" da moderação de Pequim no mar da China Meridional, após uma série de confrontos entre navios chineses e filipinos perto de recifes disputados.