Yoav Gallant, ministro de Defesa de IsraelAngelos Tzortzinis/AFP
Israel busca 'governo alternativo' em Gaza, mas missão é considerada suicida
O projeto inclui o isolamento de áreas, a remoção de agentes do Hamas desses locais e a entrada de forças que permitirão a formação de uma estrutura administrativa
Israel analisa a criação de um corpo governamental alternativo em Gaza, informou neste domingo, 2, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, propondo um futuro além do Hamas, sem dar, porém, nenhuma indicação de quem seriam os governantes.
Gallant, um dos três membros do Gabinete de Guerra de Israel que recentemente pediram ao governo que elaborasse um plano pós-guerra detalhado para Gaza, disse, durante uma reunião, estar "procurando uma alternativa de governo para o Hamas".
O projeto inclui o isolamento de áreas, a remoção de agentes do Hamas desses locais e a entrada de forças que permitirão a formação de uma alternativa de governo.
Os comentários se deram em um momento de incerteza na guerra, que já dura quase oito meses. Isso atingiria o objetivo de Israel de destituir o Hamas do poder.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, está sob crescente pressão de muitos israelenses para aceitar um novo cessar-fogo proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, enquanto aliados de extrema direita ameaçam derrubar seu governo se ele concordar.
"Não ouvi falar de nenhum participante local que seja corajoso o suficiente para se apresentar como uma alternativa ao Hamas", disse Michael Milshtein, analista israelense de assuntos palestinos da Universidade de Tel-Aviv e ex-oficial da inteligência militar.
Milshtein observou que a proposta de Gallant representaria uma "missão suicida" para qualquer líder local.
O Hamas ameaçou qualquer um que cooperasse com o governo israelense. "Embora o Hamas tenha sofrido graves danos nos últimos oito meses, seu impacto sobre o público continua muito forte", disse ele.
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