Presidentes de países como Estados Unidos, Itália, França e Argentina opinaram sobre aborto em 2024Reprodução / Redes sociais

Não é apenas nos noticiários brasileiros que o debate sobre o aborto, reacendido nesta quarta-feira (12), após a tramitação de urgência do projeto que equipara o procedimento ao crime de homicídio, está em alta. Em outros países, o polêmico assunto segue gerando manifestações favoráveis e contrárias.
No ano de 2024, diversos líderes de grandes economias já se posicionaram sobre o tema, através de discursos ou medidas que reforçaram suas opiniões. Confira destaques.
Estados Unidos
O direito ao aborto é considerado uma das principais discussões das eleições presidenciais americanas deste ano, que acontecerão em 5 de novembro. Nos Estados Unidos, fica a cargo dos estados permitir ou negar o procedimento, por causa de decisão da Suprema Corte de 2022, que derrubou o acesso geral em todo o país.
De acordo com a organização "Abortion Finder", 14 estados americanos proíbem completamente o procedimento, enquanto 26 impedem o aborto após um período específico da gestação.
No último mês de abril, o tribunal do Arizona reativou uma lei estadual de 1864, que proibia a interrupção em todos os casos. Essa medida foi derrubada no início de maio pela governadora democrata Katie Hobbs.
Em episódio mais recente, a Suprema Corte manteve, nesta quinta-feira (13), por unanimidade, o acesso à pílula abortiva no país. Os juízes acabaram seguindo um pedido do presidente Joe Biden de manter a disponibilidade do medicamento. "A decisão de hoje não altera o fato de que a luta pela liberdade reprodutiva continua", afirmou o mandatário.
Adversário de Biden na corrida eleitoral, o candidato republicano Donald Trump disse, em abril, que é contra a proibição federal, mas favorável que cada estado possa decidir a respeito do tema.
Itália e o G7
Os líderes das sete principais economias do mundo – Estados Unidos, Alemanha, França, Itália, Japão, Reino Unido e Canadá – estão se reunindo na Itália para a Cúpula do G7, que começa nesta quinta-feira (13). No entanto, os encontros já começaram com discordâncias.
Segundo o site português "RTP", a falta de apoio da primeira-ministra italiana, a conservadora Giorgia Meloni, ao aborto deve fazer com que o comunicado final das reuniões não tenha qualquer menção a esta palavra, o que teria irritado outros líderes.
Na Cúpula do G7 de Hiroshima, no Japão, realizada em 2023, o texto final mencionava explicitamente o objetivo dos governos em garantir "o acesso ao aborto legal e seguro e a cuidados pós-aborto".
No final do último mês de abril, o parlamento italiano aprovou uma lei que permite o acesso de grupos antiaborto a mulheres que consideram realizar uma interrupção voluntária na gravidez. No país, o procedimento é legalizado desde 1978 e permitido até os 90 dias de gravidez.
França e Argentina
No último mês de março, a França, governada pelo progressista Emmanuel Macron, se tornou o primeiro país do mundo a incluir oficialmente o direito ao aborto em sua Constituição. O mandatário ainda afirmou que gostaria de fazer a mesma inclusão na Carta de Direitos Fundamentais da União Europeia.
Já o presidente da Argentina, o libertário Javier Milei, eleito em novembro de 2023, já manifestou, em discurso para estudantes, sua opinião contrária ao procedimento, legalizado no país até a 14ª semana de gestação desde o fim de 2020, e classificou seus defensores como "assassinos".