Evento deste ano acontece em Borgo Egnazia, na ItáliaNicholas Berardo / Divulgação / G7

O esboço da declaração final da cúpula do G7 não inclui nenhuma referência direta ao direito ao aborto, uma menção à qual a Itália, que detém a presidência temporária do grupo, se opôs, segundo o documento consultado pela AFP nesta sexta-feira (14).
Estados Unidos, França e União Europeia quiseram manter a mesma redação da declaração final da cúpula do G7 em Hiroshima (Japão) em 2023, que garantiu o "acesso ao aborto seguro e legal e aos serviços de cuidados pós-aborto", embora tenham desistido por falta de acordo com a chefe de Governo da Itália, Giorgia Meloni.
"Estávamos defendendo o acordado em Hiroshima, onde o texto era mais explícito, mas não foi possível chegar a um acordo", explicou um alto funcionário da União Europeia nesta sexta-feira.
"O importante é que tenhamos no texto a promoção dos direitos sexuais e reprodutivos", acrescentou.
Os debates sobre essa questão foram intensos, em particular entre o presidente da França, Emmanuel Macron, e Meloni. O mandatário francês disse "lamentar" a posição italiana, enquanto Meloni o acusou de "fazer campanha utilizando um fórum valioso como o G7" antes do primeiro turno das eleições legislativas antecipadas francesas, em 30 de junho.