Espaçonave Boeing Starliner acoplada ao porto frontal do módulo Harmony da Estação Espacial Internacional (ISS)AFP /cortesia da Maxar Technologies
A primeira missão tripulada da Starliner à ISS, que estava prevista para durar cerca de oito dias, foi estendida devido a falhas nos propulsores e vazamentos de hélio.
A nave decolou da Flórida em um foguete Atlas V da United Launch Alliance em 5 de junho, após anos de atrasos e problemas de segurança, além de duas tentativas de lançamento abortadas com os astronautas já prontos.
Autoridades da agência espacial americana e da empresa aeroespacial disseram em uma coletiva de imprensa que há previsão de trazer de volta, a partir de 26 de junho, dois astronautas: Butch Wilmore e Suni Williams, ambos ex-pilotos de teste da Marinha dos Estados Unidos.
Wilmore e Williams são a primeira tripulação a voar na Starliner, que a Nasa e a Boeing esperam certificar para viagens regulares à ISS - um papel que a SpaceX de Elon Musk vem desempenhando nos últimos quatro anos.
"Queremos dar às nossas equipes um pouco mais de tempo para analisar os dados, fazer algumas análises e garantir que estamos realmente prontos para voltar para casa", explicou Steve Stich, gerente do Programa de Tripulação Comercial da Nasa.
Mark Nappi, gerente do Programa de Tripulação Comercial da Boeing, por sua vez, disse que agora há um "bom desempenho dos propulsores". "Está mais nominal e os vazamentos [de hélio] mostram que estão estáveis e menores do que antes", disse.
A desacoplagem da cápsula "Calypso" da Starliner da ISS ocorrerá às 22h10 no horário do leste dos EUA (23h de Brasília) de 25 de junho, segundo Stich.
E o pouso no White Sands Space Harbor, no sudoeste dos Estados Unidos, está programado para o dia 26 de junho por volta das 4h51 (5h51 de Brasília).
Após a desacoplagem, a Starliner fará sua reentrada na atmosfera e a tripulação experimentará 3,5 G enquanto desaceleram de 28.000 quilômetros por hora para um suave pouso assistido por paraquedas e airbags.
Problemas iniciais
Antes do lançamento, já se sabia que havia um vazamento de hélio afetando a Starliner. Embora não seja combustível, o hélio fornece pressão para o sistema de propulsão. Durante o voo, no entanto, surgiram outros vazamentos.
Problemas iniciais com novas espaçonaves não são incomuns. O programa do Ônibus Espacial em seus primeiros dias enfrentou seus problemas, assim como o programa Dragon da SpaceX no início dos anos 2010.
A Starliner é apenas o sexto tipo de nave espacial construída nos EUA a transportar astronautas da Nasa, seguindo os programas Mercury, Gemini e Apollo nas décadas de 1960 e 1970, o Ônibus Espacial de 1981 a 2011, e a Crew Dragon da SpaceX a partir de 2020.
Os Estados Unidos ficaram dependentes dos foguetes russos Soyuz para ir à ISS entre 2011 e 2020.
O programa da Boeing enfrentou contratempos que variam desde um bug de software que colocou a nave em uma trajetória ruim em seu primeiro teste não tripulado, até a descoberta de que a cabine estava cheia de fita elétrica inflamável após o segundo teste.
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