Primeiro-ministro de Israel, Benjamin NetanyahuJack Guez/AFP
Netanyahu diz que há 'queda dramática' no envio de armas dos EUA
Declarações do primeiro-ministro israelense realçam o aumento das tensões entre Israel e Washington em virtude da guerra em Gaza
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse ao seu gabinete neste domingo, 23, que houve uma "queda dramática" nas remessas de armas dos Estados Unidos para o esforço de guerra de Israel em Gaza. Netanyahu afirmou ao seu gabinete, em reunião semanal, que a última entrega ocorreu há quatro meses, sem especificar quais armas, dizendo apenas que "certos itens chegaram esporadicamente, mas as munições em geral ficaram para trás".
As declarações do primeiro-ministro israelense realçam o aumento das tensões entre Israel e Washington em virtude da guerra em Gaza, sobretudo em relação à conduta dos militares israelenses no território sitiado e dos danos causados à vida civil nos locais.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, adiou a entrega de certas bombas pesadas desde maio devido a essas preocupações, mas o seu governo reagiu na semana passada às acusações de Netanyahu, em vídeo, de que outras remessas também tinham sido afetadas.
Neste domingo, Netanyahu citou ao seu gabinete que divulgou o referido vídeo após semanas de "apelos infrutíferos" às autoridades americanas para acelerar as entregas. Ele disse que uma resolução parecia próxima. "À luz do que ouvi no último dia, espero e acredito que este assunto será resolvido em breve", disse ele, sem dar mais detalhes.
O vídeo de Netanyahu divulgado na semana passada gerou alvoroço entre os críticos em Israel e foi rebatido pela Casa Branca.
O porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, disse que os EUA estavam "perplexos" com as afirmações de Netanyahu. Embora os Estados Unidos apoiem Israel, em ano eleitoral, Biden enfrenta críticos de direita que alegam que ele moderou o seu apoio a um aliado "essencial" do Oriente Médio.
Já democratas progressistas pedem a adoção de uma linha mais dura com Israel em virtude do aumento do número de palestinos mortos e da crise humanitária gerada pela guerra.
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