"Estou despedaçada". O desabafo é de Irene Maria Barbosa, mãe de Suzan Ferreira, 42 anos, brasileira encontrada morta em uma rodovia dos EUA. A mulher, juntamente com a outra filha, Roberta Ferreira, participaram do programa Encontro com Patrícia Poeta na manhã desta terça-feira (9) e comentaram sobre o caso, que segue sob investigação pela polícia americana. A família da vitima é natural de Pedro Leopoldo, município da Grande Belo Horizonte, e teria viajado aos EUA à trabalho.
Roberta contou que, após notarem o sumiço de Suzan, no último dia 22, a família começou uma "investigação particular". "Desde que minha irmã desapareceu, meu noivo ficou procurando em sites americanos de pessoas desaparecidas. Na noite da última terça-feira (2), ele encontrou o nome dela e entrou em contato com as autoridades", falou.
Ela contou que o delegado responsável pelo caso a procurou e pediu uma radiografia da arcada dentária para comparar com a de Suzan, o que confirmou que se tratava da brasileira.
A irmã da vítima destacou ainda não há pistas sobre a autoria do crime. "Nós recebemos um e-mail da detetive que acompanha o caso. Disse que o médico legista ainda não sabe a causa da morte, nem um possível autor e assim que tiverem novidades, vão nos comunicar", falou.
Segundo a família, no último contato feito com a brasileira, dia 23, Suzan estava "feliz". "Ela estava muito alegre. A última conversa foi feita com a minha mãe. Ela estava muito feliz, falou que ia tomar um banho e descansar", disse. A vítima trabalhava na empresa de importados da irmã, e teria viajado aos EUA à serviço.
Irene contou não saber o motivo do assassinato da filha. "Foi um crime que chocou todo mundo porque foi de repente. Não tinha nenhum suspeito, nenhuma desavença. Não temos nenhuma pista", lamentou.
Ela ainda expressou o sentimento após a perda brutal de Suzan. "Estou despedaçada. Uma dor muito grande que estou sentindo no meu coração. Levaram um pedaço de mim", desabafou.
Vaquinha para translado
Suzan Ferreira foi encontrada morta no canteiro de uma rodovia na área rural do Condado de Washtenaw, na região de Detroit, Michigan, nos Estados Unidos. O caso, ocorrido em 30 de julho, veio à tona nesta semana após a família da vítima iniciar uma campanha para arrecadar fundos e trazer o corpo de volta ao Brasil. Os custos estimados para isso são em torno de R$ 100 mil.
Roberta contou sobre a dificuldade financeira enfrentada pela família para repatriar o corpo de Suzan. "Nós não dispomos do dinheiro para fazer o translado do corpo de volta. Eu peço que quem puder, ajude com um, dois, cinco reais." Até a manhã desta terça-feira (9), a família já havia arrecadado cerca de R$ 30 mil. Mais informações sobre doações estão disponíveis neste link.
"Suzan estava nos Estados Unidos quando sua vida foi interrompida de forma cruel e abrupta. Após sete dias desaparecida, ela foi encontrada sem vida em uma área rural dos EUA", escreveu Roberta na página da campanha.
A imprensa americana reportou que a polícia de Detroit recebeu uma denúncia sobre um cadáver na região. "Eles localizaram o corpo de uma mulher ao longo da Earhart Road, ao norte da 6 Mile Road", escreveu o site CBS News. A investigação está em andamento, com o apoio do Laboratório Criminal da Polícia do Estado de Michigan e o Gabinete do Examinador Médico do Condado de Washtenaw, para determinar as causas da morte.
Itamaraty diz prestar apoio
Procurado, o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) disse que "por meio do Consulado-Geral do Brasil em Chicago, tem conhecimento do caso e está em contato com as autoridades locais e com os familiares da cidadã brasileira, para prestar a assistência consular cabível".
A pasta informou, no entanto, que em caso de falecimento de cidadão brasileiro no exterior, as Embaixadas e Consulados brasileiros podem prestar orientações gerais aos familiares, apoiar seus contatos com o governo local e cuidar da expedição de documentos, como o atestado consular de óbito, mas não são responsáveis pelo custeio do trânsito do corpo.
"O traslado dos restos mortais de brasileiros falecidos no exterior é decisão da família e não pode ser custeado com recursos públicos, à luz do § 1º do artigo 257 do decreto 9 199/2017", afirma a pasta.
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