Otan completa 75 anos de criação Reprodução
"Podemos defender - e defenderemos - cada centímetro do território da Otan juntos", disse o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de 81 anos, ao Conselho do Atlântico Norte, o órgão decisório da aliança, que se reuniu em um centro de convenções.
Biden falou com voz firme para tentar dissipar as dúvidas dos democratas sobre sua capacidade de ser reeleito nas eleições de novembro diante de seu antecessor e rival republicano, Donald Trump, de 78 anos.
Logo antes da abertura oficial da reunião, vários países da Otan anunciaram que começaram a enviar caças F-16 para a Ucrânia.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, que está na capital americana, afirmou que estes aviões aproximam o país "de uma paz justa e duradoura".
Os F-16, vindos da Dinamarca e dos Países Baixos, "voarão nos céus da Ucrânia neste verão" do hemisfério norte, declarou o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken.
A Casa Branca acrescentou que Bélgica e Noruega prometeram fornecer mais aeronaves.
A Ucrânia deseja receber um convite formal para ingressar na Otan, mas terá que aguardar devido à oposição de vários países, inclusive dos Estados Unidos.
No entanto, segundo fontes diplomáticas, os membros da aliança concordaram nesta quarta-feira que a Ucrânia está em um "caminho irreversível" em direção à adesão à Otan, em uma declaração final que ainda deve ser formalmente adotada pelos líderes do tratado.
Segundo o chanceler alemão Olaf Scholz, as decisões tomadas pela Otan "oferecem à Ucrânia a clareza de que precisa".
Após comemorar com pompa o 75º aniversário da aliança militar ocidental na terça-feira, os líderes se reuniram no Conselho do Atlântico Norte.
O presidente dos Estados Unidos confirmou na noite de terça que os aliados fornecerão à Ucrânia um total de cinco sistemas de defesa aérea, incluindo quatro baterias Patriot, mísseis terra-ar especialmente eficazes para interceptar mísseis balísticos russos.
Alemanha, Holanda, Romênia e Itália também contribuirão.
A Rússia intensificou seus ataques com mísseis contra a Ucrânia, matando 43 pessoas e devastando o maior hospital infantil do país em Kiev nesta semana.
Os mísseis russos também destruíram metade da capacidade energética do país.
Mais de dois anos após a invasão russa, os aliados também se comprometerão a desenvolver sua indústria de defesa ucraniana, disse nesta quarta-feira o secretário-geral em fim de mandato da Otan, Jens Stoltenberg.
"Este novo compromisso envia uma mensagem inequívoca ao mundo", destacou Biden.
A sombra de Trump
Sobre a cúpula paira a sombra do ex-presidente Trump, cujas declarações a respeito da Otan parecem enfraquecer o princípio de assistência mútua previsto no Artigo 5º do Tratado.
"Espero que, qualquer que seja o resultado das eleições, os Estados Unidos continuem sendo um aliado forte e leal da Otan", declarou Stoltenberg.
Trump não hesitou em afirmar em sua rede, Truth Social, que, sem ele, "provavelmente a Otan não existiria mais", referindo-se ao fato de que durante seu mandato pressionou os países membros a gastarem mais em defesa.
À noite, os líderes participarão de um jantar, no qual também estarão presentes os ministros das Relações Exteriores e de Defesa dos países da Otan.
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, que ocupa a presidência rotativa da UE, terá a oportunidade de falar sobre suas polêmicas viagens a Moscou e Pequim.
O presidente ucraniano se encontrará com parlamentares antes de participar de um Conselho Otan-Ucrânia na quinta-feira, último dia da cúpula.
Também será uma data crucial para Biden, já que todas as atenções estarão voltadas para a coletiva de imprensa que o presidente americano tem prevista. O democrata será julgado não apenas por aquilo que vai dizer, como também pela maneira que o dirá.
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