Candidato à presidência do Equador, Fernando Villavicencio, foi assassinado em agosto de 2023, após deixar um comício em QuitoReprodução

A Justiça do Equador condenou a 34 anos e 8 meses de prisão Carlos Angulo, que ordenou o assassinato do candidato à presidência Fernando Villavicencio, anunciou nesta sexta-feira (12) o tribunal onde o crime foi julgado.
Angulo é membro de um dos principais grupos criminosos do país e ordenou o crime de dentro da prisão. Outra acusada, Laura Castillo, recebeu a mesma pena, por ter fornecido armas, dinheiro e veículos aos colombianos que mataram Villavicencio a tiros em 9 de agosto de 2023, quando ele saía de um comício em Quito.
Erick Ramírez, Víctor Flores e Alexandra Chimbo foram condenados como cúmplices a 12 anos de prisão cada um. A sentença, em primeira instância, pode ser contestada pelos réus.
Treze pessoas ficaram feridas no ataque, entre elas policiais, militares e apoiadores de Villavicencio.
"Precisamos conhecer toda a verdade, e que isso não volte a se repetir", publicou na rede social X Amanda Villavicencio, filha do candidato assassinado. "Não pensem que vamos nos contentar com esses cinco delinquentes."
Villavicencio foi um jornalista investigativo que trouxe à tona vários escândalos de corrupção. Suas descobertas respingaram em funcionários do alto escalão, entre eles aliados do ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017).
Entre as versões apresentadas no julgamento, iniciado em 25 de junho, uma testemunha protegida afirmou que "a cabeça" do candidato "valia 200 mil dólares [1,1 milhão de reais], e que o governo Correa estava envolvido no caso. O ex-presidente, que vive na Bélgica e é considerado um foragido no Equador, nega qualquer relação com o crime.