Presidente dos Estados Unidos, Joe BidenAFP

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, vai realizar seu primeiro ato de campanha nesta terça-feira (16), após a tentativa de assassinato de seu rival Donald Trump, que foi ovacionado na convenção que o definiu como candidato republicano à Casa Branca nas eleições de novembro.
O presidente democrata, de 81 anos, busca o apoio do eleitorado afro-americano para defender sua candidatura vacilante. Com esse objetivo, Biden vai discursar em Las Vegas, no oeste dos Estados Unidos, em um evento organizado pela principal associação de direitos civis do país, a NAACP.
Biden gravará também uma entrevista com o canal de TV Black Entertainment Television (BET).
Após a tentativa de assassinato de Trump no último sábado, Biden cancelou na segunda-feira uma viagem ao Texas, mas manteve a de Nevada, onde obteve uma vitória apertada sobre seu rival republicano em 2020.
A viagem acontece em um ambiente tenso entre os democratas, em meio aos planos do partido de antecipar a nomeação de Biden como candidato oficial antes de sua convenção nacional marcada para agosto.
Alguns, preocupados com a saúde de Biden e sua capacidade para conseguir um novo mandato, pedem que a convenção seja adiada.
As dúvidas se multiplicaram após o desastroso desempenho do democrata durante um debate em junho contra Trump.
Os questionamentos pareciam ter diminuído após a tentativa de assassinato do ex-presidente, mas, na realidade, eles persistem por conta dos maus resultados de Biden nas pesquisas.
O presidente reconheceu seu mau desempenho no debate, mas o atribuiu ao cansaço por uma sequência de viagens e a um resfriado.
Em entrevista à emissora NBC na segunda-feira, fez um esforço para parecer combativo.
"Estou velho", reconheceu, "mas sou apenas três anos mais velho do que Trump. E minha acuidade mental é muito boa", frisou.
Também defendeu sua retórica contra o ex-presidente depois dos republicanos o terem acusado de alimentar um clima perigoso que levou ao ataque a tiros contra Trump, que ficou ferido na orelha.
Biden reconheceu ter cometido um "erro" ao pedir que Donald Trump fosse colocado "no centro do alvo" em um evento com doadores, dias antes do atentado.