Rede da capital não foi afetadaFred Tanneau/AFP
Atos de vandalismo afetam a rede de fibra óptica na França
Ataques aconteceram em seis regiões do país
A rede de fibra óptica de várias operadoras de telecomunicações foi alvo de atos de vandalismo em seis regiões da França, informou nesta segunda-feira (29) uma fonte policial, que chamou os incidentes de "sabotagem", três dias depois de um ataque que perturbou a circulação de trens de alta velocidade.
A capital Paris, que recebe os Jogos Olímpicos, não foi afetada, segundo a mesma fonte, que citou ataques no sudeste, sudoeste, leste e norte da França, nos departamentos de Bouches-du-Rhône, Aude, Oise, Hérault e Meuse.
O incidente afetou operadoras como Free e SFR e acontece depois que, na sexta-feira, horas antes da cerimônia de abertura dos Jogos, um ataque afetou a rede de trens de alta velocidade da empresa ferroviária nacional SNCF.
A ação da madrugada desta segunda-feira - que até agora não foi reivindicada - afetou também clientes das redes de telefonia fixas e móveis da empresa SFR e operadoras estrangeiras que utilizam o sistema, como Vodafone, British Telecom, entre outros.
"É vandalismo", disse o porta-voz da SFR, Nicolas Chatin, uma das principais operadoras de telefonia da França, que afirmou que vários trechos da fiação foram cortados. "Teria que usar um machado ou um amolador", estimou.
Um ativista de extrema esquerda foi detido no domingo dentro das instalações da companhia ferroviária nacional em Oissel, no noroeste da França, informou uma fonte policial.
No seu veículo foram encontradas "chaves de acesso a salas técnicas", "alicates" e um "conjunto de chaves universais", informou a fonte.
Esta detenção não está relacionada com a investigação aos atos de sabotagem que perturbaram o trânsito dos trens de alta velocidade na sexta-feira, indicou uma fonte próxima da investigação.
O Ministério Público abriu uma investigação para esclarecer a origem do ataque à infraestrutura ferroviária, que estima ter afetado cerca de 800 mil viajantes e que o governo indicou que custará milhões de euros.
Nicolas Guillaume, CEO da Netalis, uma operadora de telefonia especializada cujos cabos também foram danificados, expressou frustração com a "incapacidade" do Estado em proteger a infraestrutura. "Já vimos o que aconteceu com a SNCF", disse.
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