Prédio do Federal Reserve, em WashingtonAFP

A inflação nos Estados Unidos segue "desconfortavelmente" acima da meta do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) apesar da evolução conseguida nos últimos meses, disse uma alta funcionária da entidade neste sábado (10).
"O progresso na redução da inflação em maio e junho é um avanço positivo", disse Michelle Bowman, que integra a junta de governadores do Fed, em uma conferência em Colorado Springs, segundo comentários redigidos previamente. "Mas a inflação segue desconfortavelmente acima da meta do comitê de 2%", acrescentou.
Nos últimos 12 meses, o banco central americano manteve as taxas de juros em seu nível máximo em duas décadas para tentar devolver a inflação para sua meta de longo prazo de 2%, depois do aumento de preços registrado durante a pandemia de covid-19.
Agora, o parâmetro de inflação favorito do Fed está em 2,5% em 12 meses, muito abaixo do pico atingido em 2022, enquanto a economia americana continua crescendo e o mercado de trabalho viu-se um pouco enfraquecido na geração de vagas.
Nesse contexto, o presidente do Fed, Jerome Powell, sugeriu no fim de julho um primeiro corte nas taxas de juros em setembro, se os dados econômicos continuarem chegando como o esperado.
Mas alguns membros do Fed têm sido mais cautelosos que outros na hora de vislumbrar reduções nos juros.
Apesar dos "riscos de alta", a governadora Bowman disse que ainda espera que a inflação se modere nos próximos meses, mas advertiu aos gestores de políticas que sejam pacientes "e evitem minar o progresso contínuo na redução da inflação reagindo exageradamente a um único dado".