Economista britânico-americana Minouche ShafikAFP

A reitora da Universidade de Columbia em Nova York renunciou ao cargo na quarta-feira (14), a poucas semanas do início de um novo ano acadêmico, alegando o desgaste provocado por "um período de turbulência" após os protestos estudantis pela guerra entre Israel e Hamas.
A instituição nova-iorquina foi o primeiro ponto das manifestações universitárias que se propagaram pelos Estados Unidos para exigir um cessar-fogo no conflito.
Em uma carta à comunidade acadêmica, a economista britânico-americana Minouche Shafik, reitora de Columbia desde julho de 2023, menciona um "período de turbulência em que foi difícil superar opiniões divergentes em nossa comunidade".
"Este período afetou consideravelmente a minha família", acrescentou Shafik, para quem a renúncia "permitirá a Columbia enfrentar melhor os desafios futuros". "Nós devemos fazer o possível para resistir às forças da polarização em nossa comunidade", escreveu.
Na carta, Shafik cita "ameaças", "insultos" e "maus-tratos" contra ela, seus colegas e estudantes durante os protestos no campus.
A pedido da reitora, a polícia de Nova York desalojou à força, em 30 de abril, dezenas de ativistas e estudantes da universidade, que suspenderam a tradicional cerimônia de entrega de diplomas.
Shafik, assim como outros reitores universitários, foi acusada pela direita americana de permitir o aumento do antissemitismo nos campi e de não proteger os estudantes judeus.
As reitoras das universidades da Pensilvânia, Harvard e Cornell também renunciaram aos cargos nos últimos meses, uma consequência dos protestos estudantis.