Nick Paton Walsh, da CNN, fez uma reportagem na região de KurskReprodução/CNN

A Rússia abriu um processo contra um jornalista do canal americano CNN e duas ucranianas que fizeram reportagens na região de Kursk, depois que atravessaram "ilegalmente" a fronteira a partir da Ucrânia.
O Serviço Federal de Segurança (FSB) informou em um comunicado a abertura de um "processo criminal" contra Nick Paton Walsh, da CNN, e as jornalistas ucranianas Diana Butsko e Olessia Borovik por "atravessarem ilegalmente a fronteira".
As autoridades russas abriram um processo similar em 17 de agosto contra dois jornalistas do canal italiano RAI, Stefania Battistini e Simone Traini, pelo mesmo motivo.
Os jornalistas fizeram reportagens na cidade russa de Sudzha, localizada a 10 quilômetros da fronteira com a Ucrânia e que Kiev afirma ter conquistado como parte da ofensiva iniciada na região de Kursk em 6 de agosto.
Os profissionais da imprensa que são alvos das investigações, que não estão na Rússia, podem ser condenados a até cinco anos de prisão, segundo o código penal.
Nos últimos dias, o governo russo convocou a embaixadora da Itália em Moscou, Cecilia Piccioni, e uma diplomata dos Estados Unidos, Stephanie Holmes, para abordar o tema.
As forças ucranianas atacaram a região de Kursk em 6 de agosto, em uma ofensiva sem precedentes que surpreendeu o Exército russo. Kiev afirma controlar atualmente 93 localidades e mais de 1.250 quilômetros quadrados.
O presidente russo, Vladimir Putin, prometeu "expulsar" as forças ucranianas da Rússia. Moscou iniciou a ofensiva na Ucrânia em fevereiro de 2022.