Edmundo González Urrutia é investigado pelos supostos crimes de 'usurpação de funções' e 'falsificação de documentos públicos'Reprodução / Internet
MP da Venezuela convoca candidato opositor para depor na segunda-feira
González Urrutia denunciou fraude na eleição presidencial de 28 de julho, na qual Nicolás Maduro afirma ter sido reeleito
O Ministério Público venezuelano convocou o candidato da oposição Edmundo González Urrutia, investigado por supostos crimes de “usurpação de funções” e “falsificação de documentos públicos”, entre outros, informou o órgão neste sábado (24).
Urrutia denunciou fraude na eleição presidencial de 28 de julho, na qual Nicolás Maduro afirma ter sido reeleito para um terceiro mandato de seis anos (2025-2031), sobre o opositor.
O órgão informou em sua conta no Instagram que ele deve comparecer “em 26 de agosto de 2024, às 10 horas, para depor sobre os fatos relacionados à publicação e manutenção do site ‘https:resultadosconvzla.com’”.
A intimação menciona o site no qual cópias dos resultados foram publicados pela oposição, que afirma que comprovam a derrota do presidente Maduro para González Urrutia.
O candidato da oposição será ouvido por supostos crimes de “usurpação de funções, falsificação de documentos públicos, instigação à desobediência às leis, crimes de informática, associação para cometer crimes e conspiração”, detalha o texto.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou Maduro reeleito com 52% dos votos, enquanto a oposição, liderada por María Corina Machado, alega que seu candidato venceu com 67% dos votos, segundo as cópias das atas divulgadas na Internet. O chavismo alega que elas são “forjadas”.
Em 5 de agosto, a Procuradoria Geral da República anunciou uma investigação contra Urrutia e Machado por “instigação à insurreição”, entre outros crimes, após publicarem uma carta nas redes sociais, na qual pediram ao Exército que cessassem a “repressão” aos protestos e se afastassem de Maduro.
O procurador-geral Tarek William Saab considera González Urrutia e a líder da oposição responsáveis pelos atos de violência nos protestos que deixaram 27 mortos - dois deles militares -, quase 200 feridos e mais de 2.400 presos.
Em resposta a um recurso de Maduro, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) validou na quinta-feira os resultados e acusou González Urrutia de “desacato” por se recusar a comparecer às audiências do “processo de perícia” do material eleitoral.
O tribunal anunciou que enviaria sua decisão a Saab para “sanções”.
“Terá que dar as caras”, enfatizou o promotor na sexta-feira.
González Urrutia está escondido desde 30 de julho, quando participou de uma manifestação da oposição. Ele tem se limitado a publicações nas redes sociais.
Maduro pediu a prisão dele e de Machado.
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