Atentado de 7 de outubro é considerado o estopim para a atual guerra em GazaAFP

A Justiça americana acusou dirigentes do movimento islamista palestino Hamas de terrorismo e outras acusações relacionadas, segundo documentos judiciais divulgados nesta terça-feira (3).
No total, pesam contra seis líderes, entre eles Ismail Haniyeh, assassinado em 31 de julho no Irã, sete acusações, entre elas as de "conspirar para proporcionar apoio material para atos terroristas resultantes em morte", financiar o terrorismo e conspirar para matar cidadãos americanos.
Todos eles foram "responsáveis por planejar, apoiar e executar os ataques terroristas" de 7 de outubro de 2023 em território israelense, que deixaram 1.205 mortos, a maioria civis, segundo um balanço baseado em dados oficiais israelenses, assinalou o Departamento de Justiça. Entre eles, 40 eram cidadãos americanos.
Na ação, os milicianos também sequestraram 251 pessoas, das quais 97 continuam retidas na Faixa de Gaza e 33 morreram, segundo o Exército israelense.
Em resposta ao ataque, Israel lançou uma ampla represália, que já deixou 40.819 mortos no território palestino, segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, governada pelo Hamas.
Além de Haniyeh, outros dois acusados teriam morrido, segundo as autoridades israelenses. Trata-se de Mohammad Al Masri, ou Mohammed Deif, chefe das Brigadas Al Qassam, braço armado do Hamas, que perdeu a vida em julho no sul de Gaza. Marwan Issa, ou "Abu Baraa", subcomandante das brigadas, morreu em março, também na Faixa de Gaza.
Além de Yahya Sinwar, atual líder político do Hamas, conhecido como "Abu Ibrahim", também foram acusados Khaled Meshaal, o "Abu al Waleed", e Ali Baraka.
"As acusações apresentadas hoje são apenas uma parte do nosso esforço para atacar todos os aspectos das operações do Hamas. Estas ações não serão as últimas", ressaltou o procurador-geral dos Estados Unidos, Merrick Garland.
"Yahya Sinwar e os outros dirigentes do Hamas são acusados hoje de orquestrar a campanha de violência e terror maciços dessa organização terrorista, que já dura décadas, incluído o 7 de outubro", acrescentou.
Os atentados do ano passado do Hamas, considerado um grupo terrorista pelas autoridades americanas desde 1997, precipitaram a perseguição judicial às lideranças do movimento islamista.
"Desde aquele dia horrível, trabalhamos para investigar e fazer os responsáveis prestarem contas, e não descansaremos até que todos os que sequestraram ou assassinaram americanos compareçam perante a Justiça", alertou no comunicado a promotora adjunta, Lisa Mónaco.
O Hamas, fundado 1987, pretende criar um Estado palestino islâmico e eliminar o Estado de Israel, para o que conta com a ajuda do Irã, segundo as autoridades americanas.