Restos de pagers explodidos no Líbano após operação de IsraelAFP
Aparelhos de comunicação foram manipulados antes de entrarem no Líbano
Investigação inicial foi feita pelas autoridades do país
Uma investigação inicial das autoridades libanesas revelou que os dispositivos de comunicação que explodiram nesta semana foram armados com explosivos antes de entrarem no país, afirmou a missão do Líbano nas Nações Unidas em uma carta nesta quinta-feira (19).
"As investigações iniciais mostraram que os dispositivos foram armados profissionalmente... Antes de chegarem ao Líbano, e foram detonados pelo envio de mensagens aos dispositivos", diz a carta, vista pela AFP e que responsabiliza Israel pelos ataques.
As explosões, que mataram 37 pessoas e feriram quase 3.000 em dois dias, tinham como alvo dispositivos de comunicação utilizados pelo movimento xiita libanês Hezbollah, apoiado pelo Irã.
“Pagers” e “walkie-talkies” explodiram enquanto seus usuários faziam compras em supermercados, caminhavam nas ruas e participavam de funerais, mergulhando o país no pânico.
Israel não comentou sobre a operação, mas disse que expandirá o alcance de sua guerra em Gaza com a abertura de uma frente no Líbano.
A missão libanesa disse que o ataque foi "sem precedentes em sua brutalidade" e compromete os esforços diplomáticos para interromper os combates em Gaza e no sul do Líbano.
Também pediu ao Conselho de Segurança da ONU que condene o ataque, às vésperas de uma reunião de emergência nesta sexta-feira para discutir as explosões.
O ministro das Relações Exteriores do Líbano, Abdallah Bou Habib, deve participar do encontro, segundo fontes diplomáticas contatadas pela AFP.
O Hezbollah, apoiado pelo Irã, é aliado do grupo islamista palestino Hamas, que trava uma guerra contra Israel na Faixa de Gaza desde seu ataque mortal de 7 de outubro de 2023.
Por quase um ano, o foco do poderio bélico de Israel tem sido o pequeno território palestino, mas suas tropas também têm se envolvido em confrontos quase que diários com milicianos do Hezbollah ao longo de sua fronteira norte.
Centenas de pessoas foram mortas no Líbano, a maioria combatentes, e dezenas em Israel, incluindo soldados.
As trocas de disparos forçaram dezenas de milhares de pessoas de ambos os lados da fronteira a fugirem de suas casas.
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