Proposta assinada por 81 deputados, incluindo 72 da esquerda radical, tem poucas chances de ser aprovadaDivulgação/ Senado francês
Proposta para destituir Macron será analisada pela comissão legislativa francesa
Socialistas afirmam que procedimento pode dar uma nova legitimidade ao chefe de Estado, pois está "destinado ao fracasso"
Uma comissão legislativa francesa examinará no próximo dia 2 de outubro uma proposta de destituição do presidente Emmanuel Macron, informou nesta quarta-feira (25) o deputado ecologista Jérémie Iodarnoff, relator do texto.
A proposta, assinada por 81 deputados, sendo 72 do partido A França Insubmissa (LFI, esquerda radical), tem poucas chances de ser adotada, já que requer a aprovação final de dois terços dos legisladores, tanto na Assembleia Nacional (Câmara baixa) quanto no Senado.
Iordanoff explicou em um comunicado que deseja realizar uma "série de audiências para esclarecer o alcance preciso" desse pedido do ponto de vista constitucional, que abriria caminho para um "impeachment" sem precedentes desde a instauração da Quinta República em 1958.
Os socialistas aceitaram transmitir o texto à Comissão de Leis, que o debaterá a partir do dia 2 de outubro, mas já sinalizaram que votariam "por unanimidade" contra esse procedimento, que, segundo afirmaram, corre o risco de "dar uma nova legitimidade" ao chefe de Estado, pois está "destinado ao fracasso".
Os parlamentares comunistas, por sua vez, "certamente serão maioria em não votar a resolução", indicou o deputado daquela bancada, Stéphane Peu.
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