Maduro foi declarado sem ter apresentado até agora os resultados detalhados da contagemAFP
Cerca de trinta países, liderados por Estados Unidos e Argentina, pediram nesta quinta-feira aos líderes políticos venezuelanos que iniciem negociações "construtivas e inclusivas" para uma "transição com garantias" para resolver a crise política e "restaurar as instituições democráticas pacificamente".
Além disso, pediram o fim da "repressão generalizada" contra a oposição e dos "abusos e violações dos direitos humanos" após a vitória de Nicolás Maduro, que a oposição considera fraudulenta, nas eleições de 28 de julho.
Maduro foi declarado vencedor com 52% dos votos para um terceiro período consecutivo, sem ter apresentado até agora os resultados detalhados da contagem, como exigido por lei.
Liderada por María Corina Machado, a oposição publicou em um site cópias de cerca de 80% das atas eleitorais, que demonstrariam a vitória de seu candidato, Edmundo González Urrutia. O opositor se exilou na Espanha no início de setembro após permanecer mais de um mês na clandestinidade.
Segundo um painel de especialistas da ONU, o processo eleitoral da Venezuela "não atendeu às medidas básicas de transparência e integridade".
Uma missão de observadores do Centro Carter considerou que a eleição "não se adequou aos parâmetros e padrões internacionais de integridade eleitoral e não pode ser considerada como democrática".
Da tribuna da Assembleia Geral, muitos mandatários latino-americanos pediram à Venezuela que apresentasse e reconhecesse os resultados das urnas, algo considerado em Caracas como "ataques terroristas" contra o presidente Maduro.
Nesta quinta-feira, o uruguaio Luis Lacalle Pou pediu à ONU agir pela Venezuela. "Todos sabemos o que vem acontecendo há muito tempo neste país. E muitos governos e muitos líderes mundiais têm olhado para o lado, por falta de interesse de alguns deles, ou lamentavelmente, alguns por interesse", enfatizou.
O chefe do governo espanhol, o socialista Pedro Sánchez, também havia considerado "imperativo o respeito pela vontade do povo venezuelano" e condenou as "detenções ou ameaças contra os líderes políticos".
Embora nos últimos dois anos muitos tenham se dirigido aos Estados Unidos. Somente no último ano, cerca de 477 mil cruzaram a pé o Darién, segundo a organização HRW.
O Chile já "não está em condições de receber mais migração" da Venezuela, advertiu na terça-feira o presidente Gabriel Boric na ONU. Presidente chileno, que denunciou "a fraude eleitoral" de Maduro, culpou a crise migratória também pelas sanções econômicas dos Estados Unidos.
"As sanções econômicas atingem mais o povo venezuelano do que seus atuais governantes. Atingem os humildes, os trabalhadores", disse Boric.
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