A Lituânia anunciou, nesta segunda-feira (30), que pediu ao Tribunal Penal Internacional (TPI) que investigue os supostos crimes contra a humanidade cometidos em Belarus no âmbito da campanha de repressão contra a oposição após as eleições presidenciais de 2020.
Dezenas de milhares de bielorrussos que fugiram de seu país após a repressão violenta às manifestações contra o presidente Alexander Lukashenko, acusado de ter cometido fraude na votação que levou à sua reeleição, se refugiaram no país báltico.
A Lituânia "não pode continuar sem fazer nada, enquanto continuam sendo cometidos crimes contra a humanidade em larga escala no país vizinho, Belarus", explicou a ministra lituana da Justiça, Ewelina Dobrowolska, em um comunicado.
Embora Belarus não seja membro do TPI, Vilnius afirma, sem dar detalhes, que as ações repressivas desse país também "foram cometidas em território da Lituânia, portanto estes crimes são [...] competência da Corte".
O procurador do TPI, Karim Khan, confirmou ter recebido a petição e que seu gabinete a examinará antes de decidir se abre ou não uma investigação.
"Não esperamos que seja emitida uma ordem de prisão contra Lukashenko", ressaltou Dobrowolska.
Entre os exilados na Lituânia estão a dirigente da oposição bielorrussa Svetlana Tikhanovskaya, que disputou as eleições presidenciais de 2020 contra Lukashenko depois que seu marido foi envenenado, e que afirma ter vencido o pleito.
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