Fim do tratado de extradição em Honduras gera preocupações sobre a proteção a narcotraficantes e influência no governoOrlando SIERRA / AFP
Com base no tratado, cerca de 50 hondurenhos procurados por narcotráfico foram extraditados para os Estados Unidos, incluindo o ex-presidente Juan Orlando Hernández (2014-2022), condenado a 45 anos de prisão por participar e proteger uma rede que teria introduzido centenas de toneladas de cocaína no país norte-americano entre 2004 e 2022.
"É superimportante ter este tratado de extradição. Estamos tentando trabalhar com o governo para recuperá-lo", declarou a embaixadora Laura Dogu a jornalistas.
"Se ele terminar, vamos esperar décadas para (assinar) um novo tratado. Não é algo fácil", acrescentou Dogu.
No dia 28 de agosto, a presidente hondurenha, de esquerda, surpreendeu ao anunciar a cancelamento do acordo, em vigor desde 1912, mas que começou a ser aplicado em 2014.
A oposição, no entanto, afirmou que Castro cancelou o tratado para proteger membros de seu governo e de sua família.
Três dias após a decisão da presidente, seu cunhado, Carlos Zelaya, renunciou aos cargos de deputado e de secretário do Congresso, após a divulgação de um vídeo de uma reunião que ele teve em 2013 com chefes do narcotráfico para negociar um financiamento para sua campanha política.
Imediatamente após a divulgação do vídeo, o filho de Carlos Zelaya, José Manuel Zelaya, renunciou ao cargo de ministro da Defesa, em solidariedade ao pai.
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