Número de mortos em Israel por ataque do Hamas chegou a 1.200YURI CORTEZ / AFP
Ataque do Hamas a Israel completa um ano e paz parece distante
Ação do grupo terrorista matou 1.200 pessoas e fez 251 reféns
Esta segunda-feira, 7, marca o primeiro aniversário do ataque do grupo Hamas ao sul de Israel. Na ocasião, mais de 1.200 judeus foram assassinados — sendo 300 soldados —, 251 se tornaram reféns dos terroristas e mais de 500 pessoas ficaram feridas. A resposta de Tel Aviv foi imediata, desencadeando a operação militar que praticamente eliminou Gaza do mapa e deixou 41 mil palestinos mortos.
A ação de 7 de outubro de 2023 começou por volta das 6 horas, quando teve início um ataque de mísseis disparados de Gaza. Por volta das 6h30, combatentes do Hamas romperam o muro que separa o sul de Israel da Faixa. Segundo as forças armadas israelenses, cerca de 3 mil terroristas ultrapassaram a barreira e atacaram 30 localidades nas imediações da fronteira. A ação foi coordenada, com homens do Hamas usando parapentes para driblar a vigilância militar. Além disso, grupos armados atiraram contra o sistema de câmeras de vigilância instalado na região.
O primeiro alvo foi a base militar de Nahal Oz, a cerca de um quilômetro da fronteira. Ali, morreram 60 militares e outros foram feitos reféns. No total, 30 localidades — entre elas, as cidades de Ashkelon e Sderot — viraram alvo do Hamas. No entanto, a maioria das vítimas foi morta pelos terroristas em uma festa de música eletrônica no deserto de Negev. Dos 3.800 participantes do evento, 367 morreram, 500 ficaram feridos e 45 foram feitos reféns.
Entre as vítimas do ataque terrorista, havia quatro brasileiros. Três deles estavam na rave do deserto de Negev: Ranani Nidejelski, morto às vésperas de completar 24 anos; Bruna Veleanu, 24, e Karla Stelzer Mendes, 42. Michel Nisebaun, 59, foi capturado pelos terroristas depois que saiu de Sderot para buscar a neta na base militar de Nahal Oz. Ele foi morto pelo Hamas já na condição de refém.
Resposta de Israel
O maior ataque sofrido por Israel desde a Guerra do Yom Kippur, em 1973, expôs as falhas no sistema de defesa do país. Ao mesmo tempo, desencadeou uma operação militar sem precedentes contra a Faixa de Gaza. Segundo as autoridades de Saúde da Palestina, 41 mil moradores da área morreram nos ataques das Forças de Defesa de Israel (FDI).
Desde de outubro de 2023, inúmeras tentativas de estabelecer um cessar-fogo na região não tiveram êxito. Encabeçadas por Qatar, Egito e Estados Unidos, as negociações não avançaram. As ofensivas israelenses, que se concentram em um primeiro momento na área da fronteira com Gaza, se expandiram e atingiram toda a Faixa.
A tensão no Oriente Médio seguiu em escalada. No fim de setembro, vários membros de outro grupo terrorista — o Hezbollah — foram mortos no Líbano. Em uma operação do Mossad, o serviço de inteligência israelense, pagers e walk-talkies de militantes da milícia xiita apoiada pelo Irã explodiram e mataram lideranças do grupo. A operação faz parte dos esforços de Israel em desarticular o Hezbollah, que manifestou apoio ao ataque do Hamas.
No dia 27, a ofensiva israelense lançou ataques aéreos e de artilharia contra o território libanês. Em resposta, o Irã disparou mísseis contra Tel Aviv. O risco de expansão do conflito acendeu o sinal amarelo entre as grandes potências. Os Estados Unidos tentam evitar a regionalização da guerra e buscam convencer o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a não atacar as instalações petrolíferas iranianas.
Na véspera do primeiro aniversário da ação terrorista ao sul de Israel, o Hamas fez questão de provocar Netanyahu. Neste domingo, 6, o grupo classificou como “glorioso” o ataque e voltou a defender o fim do Estado de Israel.
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