Espera-se que o furacão Milton chegue à Flórida na noite de quarta-feira para quinta-feiraAFP

As autoridades de Flórida multiplicaram, nesta terça-feira (8), os pedidos de evacuação ante a chegada de Milton, um furacão "extremamente perigoso" que se espera que toque a terra na península do sudeste americano na noite de quarta-feira (8).


Já afetada pela destruidora passagem de Helene há dez dias, "toda a península da Flórida está sob algum tipo de alerta ou advertência", afirmou, nesta terça-feira, o governador do estado, o republicano Ron DeSantis.

"Helene foi um chamado de atenção. Isso é literalmente catastrófico", disse na segunda-feira à CNN Jane Castor, prefeita da cidade de Tamp. "Posso dizer isso sem que seja exagerado: se escolherem ficar em uma das zonas de evacuação, morrerão".

Distribuídos geradores, alimentos, água e tendas estão sendo distribuídos por toda a Flórida e muitos habitantes estão protegendo suas casas ou planejam ir embora. "Vocês têm tempo para sair, então, por favor, saiam", pediu DeSantis aos moradores das áreas de risco na segunda-feira.

O Centro de Furacões dos EUA (NHC) alertou que Milton é “um furacão extremamente perigoso”. À medida que se deslocava pelo Golfo do México, foi rebaixado para a categoria 4 na escala Saffir-Simpson, depois de atingir a categoria 5, a mais alta.

O NHC pediu aos moradores que “se preparem para a chegada do Milton hoje e evacuem se solicitado pelas autoridades”.

Espera-se que Milton chegue à Flórida, o terceiro estado mais populoso dos EUA, na noite de quarta-feira para quinta-feira.

Às 12:00 GMT (09h00 no horário de Brasília) desta terça-feira, o furacão estava a 880 quilômetros de Tampa, com ventos de mais de 230 quilômetros por hora.

Milton passou perto da Península de Yucatán, no México, na noite de segunda-feira, causando chuva pesada, ventos fortes e ondas de tempestade, mas não foram registrados grandes danos.

Intensificação rápida
Milton é "a pior" tempestade a atingir a área de Tampa em mais de 100 anos, de acordo com o NHC.

Os cientistas dizem que a mudança climática provavelmente desempenha um papel na rápida intensificação dos furacões porque as superfícies oceânicas mais quentes liberam mais vapor de água, o que dá às tempestades mais energia e, consequentemente, intensifica seus ventos.

A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) previu em maio que a temporada de furacões do Atlântico Norte (junho a novembro) seria especialmente turbulenta este ano devido ao aquecimento dos oceanos.

O sudeste dos Estados Unidos ainda está se recuperando do devastador furacão Helene, que causou enchentes e danos significativos em seis estados, matando pelo menos 234 pessoas.

Os serviços de emergência ainda estão trabalhando para ajudar as muitas vítimas.

Tema de campanha
Em meio à campanha presidencial, o candidato republicano Donald Trump acusou o governo democrata de Joe Biden de responder à catástrofe de Helene de forma inadequada e tardia.

Biden cancelou uma viagem planejada para a Alemanha e Angola em 10 de outubro por causa do furacão, informou a Casa Branca nesta terça-feira.

O governador DeSantis, um conservador que frequentemente entra em conflito com a Casa Branca, foi criticado depois que a NBC informou que ele estava ignorando telefonemas da vice-presidente e candidata democrata Kamala Harris sobre a intensificação de Helene.

DeSantis conversou com o presidente Biden sobre os preparativos para a chegada de Milton, informou a Casa Branca.

Harris criticou o governador republicano por fazer “jogos políticos”.

“Trata-se de jogos políticos, em vez de fazer o trabalho que ele jurou fazer, que é colocar as pessoas em primeiro lugar”, disse ela aos repórteres, enquanto criticava Trump como "extraordinariamente irresponsável".